DA UCRÂNIA A CABINDA, FLEC DESMASCARA O MPLA

A Direcção política da FLEC-FAC divulgou um comunicado criticando o facto de Angola ter anexado Cabinda e ser agora, depois de várias oscilações, contra a anexação de territórios ucranianos por parte da Rússia.

Eis, na íntegra, o comunicado da organização liderada por Emmanuel Nzita, presidente da FLEC-FAC:

«1- A então URSS, em 1974, exerceu toda a sua influência político-diplomática, militar e logística, para que a Colónia Ultramarina Portuguesa de Cabinda, fosse militarmente ocupada pelo seu aliado natural, o MPLA. Os arquivos da nossa organização, a FLEC-FAC, conservam o papel de triste memória, desempenhado pelo então Embaixador soviético no Congo Brazzaville, ao serviço do MPLA.

2- A anexação da Colónia Ultramarina Portuguesa de Cabinda por Angola, tornou-se um processo político de intenção e interesse, porque o MPLA apoiado pelos comunistas da então URSS, Cuba e PCP de Álvaro Cunhal, ideólogos do Movimento das Forças Armadas do 25 de Abril, arquitectaram o plano de ocupação por causa dos recursos económicos, a fim de engendrarem o expansionismo comunista em África.

3- A DIRECÇÃO POLÍTICA da Frente de Libertação do Estado de Cabinda e as Forças Armadas de Cabinda, deplora os pronunciamentos do PR João Lourenço à VOA, segundo aos quais, o seu país é contra a anexação russa dos quatro territórios ucranianos, um país vizinho e soberano.

4- O PR João Lourenço, reiteradamente tem orientado a sua diplomacia na luta contra a ocupação do território da Saara Ocidental pelo Reino de Marrocos, mas esquece-se que o seu MPLA, ocupou militar e ilegalmente à Cabinda, esforçando-se a ser o “poder em Angola” para anexar Cabinda, tal como fê-lo a Indonésia ao Timor, o Marrocos à Saara Ocidental e agora a Rússia à Ucrânia, actos que o regime ilegal condena, sem poder condenar-se.

5- Se o problema reside na vizinhança ou na soberania dos estados, saiba Sr. PR João Lourenço que, Cabinda é o único espaço territorial, ocupado por uma organização político-militar como o MPLA, para vos refrescar a memória que, aquando da ocupação, Angola era o 25° e Cabinda o 39° territórios, na cronologia da independência da OUA e, o acto irresponsável do clube dos comunistas já citado, ocorre no dia 2.11.1974, quando Angola, ainda Colónia Ultramarina Portuguesa.

6- Cabinda e Angola, não são territórios vizinhos nem descontínuos, tal como Angola e a Ilha Sta Helena.

7- A ocupação militar do MPLA peca, pelo facto da Comunidade Internacional nunca ainda ter-se pronunciado ou condenado o terrorismo de estado angolano contra Cabinda, com a qual não tem fronteira comum.

8- A DIRECÇÃO POLÍTICA da Frente de Libertação do Estado de Cabinda, vem uma vez mais, a apelar à ONU, UE, UA e às Organizações Regionais e Sub-regionais, que o seu silêncio tem sido cúmplice e injusto, contra tudo quanto o regime ilegal e ocupacionista do MPLA/Angola, tem feito em Cabinda, ao matar para pilhar irracionalmente os recursos naturais e humanos daquele povo.

9- A Comunidade Internacional, faz constar a Ilha de Santa Helena, no grupo dos territórios não autónomos, um espaço territorial que ninguém reivindica e, a Colónia Ultramarina Portuguesa de Cabinda, não integra o referido grupo.

9- A FLEC- FAC, congratula-se pelos pronunciamentos do Fórum Internacional África/EUA, com vista à inclusão da UA na Comissão Permanente do CS da ONU, de forma que, algumas situações identificadas, tenham um espaço de exposição.

10- Felicitamos ao Presidente João Lourenço, por condenar a anexação de territórios ucranianos pela Rússia, um gesto que implicitamente revela de que, a possibilidade de se rever a Constituição colonial de Angola e a consequente reforma administrativa, apelam ao Partido MPLA/ Angola, abandonarem o território ilegalmente ocupado de Cabinda há 48 anos, seguindo os exemplos de outros territórios africanos embandeirados na mesma aventura política contra os seus irmãos: África do Sul/Namíbia, Etiópia/Eritreia, Sudão/Sudão do Sul, Mauritânia/ Saara Ocidental e, o Reino do Marrocos/ Saara Ocidental.

11- Não exigimos tanto nem nos peçam a pedir menos. Apenas o Referendo para a autodeterminação de Cabinda.»

Artigos Relacionados

Leave a Comment