O Banco Económico (ex-BESA) angolano passou a ser detido exclusivamente pelo Económico – Fundo de Capital de Risco de Subscrição Particular, integrado pelos maiores depositantes, e aumentou o capital social em 636 milhões de euros, foi hoje anunciado.
Numa nota de imprensa hoje divulgada, o Banco Económico (BE) anuncia que aprovou, em Assembleia Geral, as contas de 2019, 2020 e 2021 e reestruturou a sua base accionista passando a ser detido pelo organismo de investimento colectivo Económico – Fundo de Capital de Risco de Subscrição Particular.
Esta entidade é supervisionada pela Comissão do Mercado de Capitais e integra em exclusivo os depositantes que voluntariamente aderiram à iniciativa de recapitalização.
Em resultado, acrescenta-se no comunicado, o BE tornou-se integralmente privado, sendo o seu accionista único uma entidade regulada, “o que representa um maior alinhamento com as exigências regulatórias atuais”.
Segundo o jornal Expansão, são 40 os depositantes que aderiram ao acordo que permite utilizar 65% dos seus depósitos para recapitalizar o banco, criado na sequência da falência do Banco Espírito Santo Angola (BESA), em 2014.
Além do aumento de capital, e tal como previsto nas medidas do Plano de Recapitalização e Reestruturação aprovadas pelo Banco Nacional de Angola (BNA), a reposição dos fundos próprios foi realizada pela emissão de Títulos de Participação Perpétuos (TPP), com a equivalência deste instrumento a fundos próprios principais.
A emissão dos TPP e o aumento do capital social nos montantes de, respectivamente, 121.196 milhões de kwanzas (284 milhões de euros) e 271.500 milhões de kwanzas (636 milhões de euros), já foram integralmente realizados, refere a nota de imprensa do banco.
Estão em curso “medidas complementares de recapitalização” que prevêem um total de fundos próprios regulamentares de 110.917 milhões de kwanzas (260 milhões de euros), para que o BE apresente rácios de solvabilidade em linha com as exigências regulamentares.
O novo accionista deliberou também a nomeação dos novos órgãos sociais para o triénio de 2022 a 2024, que terão Pedro Cruchinho, como Presidente do Conselho de Administração, e Carlos Duarte, como Presidente da Comissão Executiva.
Folha 8 com Lusa