De acordo com a versão oficial, o comandante-geral da Polícia Nacional angolana deslocou-se hoje ao município do Cuango, província da Lunda Norte, para apurar as circunstâncias de um alegado acto de rebelião ligado ao “Movimento Protectorado Lunda Tchokwe”, de que resultaram “várias mortes”.
A deslocação de Paulo de Almeida, “que encabeça uma comissão de inquérito, surge na sequência da tentativa de invasão da esquadra policial de Cafunfo, que resultou na morte de seis elementos do autodenominado movimento e ferimentos de cinco, entre os quais dois membros das forças de defesa e segurança”, segundo a agência oficial de notícias angolana, Angop.
O balanço inicial do Comando Provincial da Polícia Nacional (PN) da Lunda-Norte apontava para quatro mortos durante a tentativa de invasão, versão contrariada por activistas e responsáveis do movimento que, no sábado, disseram que as forças angolanas dispararam indiscriminadamente contra manifestantes desarmados, provocando 15 mortes e dez feridos.
O movimento Protectorado Lunda Tchokwe tinha convocado para sábado uma manifestação para apelar o governo angolano que negoceie a autonomia daquela região, rica em diamantes, com base num acordo entre o povo Lunda-Tchokwe e o governo colonial português, que não foi tido em conta após a independência de Angola.
Segundo a Angop, no Cuango, o comissário-geral Paulo de Almeida está a trabalhar com o Comando Municipal “para se inteirar das reais motivações da rebelião e as consequências” de tal acto.
A Angop refere que o motim aconteceu na madrugada de sábado, “quando os manifestantes dessa organização sem estatuto legal (…) se dirigiram à esquadra policial de Cafunfo para sua ocupação e pretensão de aposição de uma bandeira do referido movimento”.
A agência de notícias oficial angolana acrescenta que “estão já detidos 16 manifestantes, cujos processos-crime estão em preparação e serão remetidos ao Ministério Público”.