«Venho por meio deste, solicitar o vosso apoio, no sentido de noticiar a sabotagem que a empresa AAA Activos Lda tem sofrido do governo Angolano. Como sabem, o PCA e dono da empresa foi constituído arguido e detido há sensivelmente, 6 meses.
Desde a detenção do Dr. Carlos de São Vicente, a empresa teve de fechar todas as suas unidades hoteleiras no interior do País. Vale referir que são 17 hotéis pelo país. Após a sua detenção e bloqueio das contas da empresa vimo-nos obrigados a fechar 13 unidades hoteleiras. Temos apenas 4 em funcionamento em Luanda.
As 13 unidades fechadas, têm contas avultadas de água e luz por pagar. As 4 que estão ainda abertos em Luanda, estão a ser sabotados a cada dia que passa. Não são feitas as manutenções dos aparelhos, a lavandaria já não funciona, os fornecedores não são pagos, ainda recebemos alguns clientes e o falta água para colocar nos quartos, há vezes que falta até o papel higiénico para colocar nas casas de banho.
Tendo em conta os tempos que vivemos, os responsáveis pela gestão dos bens apreendidos não mostram interesse absolutamente nenhum de manter a empresa a funcionar. Falta álcool gel nos hotéis, falta lixivia, faltam coisas básicas, porque o estado angolano simplesmente apreendeu e deixou os funcionários desta empresa abandonados. Isso ainda sem mencionar os atrasos no pagamento dos salários. Estamos neste momento com um atraso de 2 meses sem salários.
A nossa intenção é a seguinte, tentar de alguma forma pressionar o estado Angolano para que nos dê um rumo a seguir. Se realmente pretende manter a empresa a trabalhar, que nos entregue os meios a fim de podermos fazer o nosso trabalho e ganhar o nosso pão de cada dia. Se for o contrario, que nos informem para que cada um dos funcionários sejam indemnizados e que possam cada seguir as suas vidas. Pois, os edifícios estão a deteriorar-se, os clientes a reclamar e fugir pela nossa baixa brutal em termos de qualidade, é apenas uma questão de tempo até não termos mais funcionários por que mesmo tendo dinheiro nas contas da empresa, o estado se recusa a pagar salários, fornecedores de bens e serviços que permitem a operação dos hotéis.
Nós entendemos que o nosso PCA está envolvido em um processo criminal, mas nós somos funcionários com famílias e não podemos continuar a viver na incerteza.»
Leitor/Trabalhador devidamente identificado