CENTRO DE MEDICINA E REABILITAÇÃO FÍSICA DO HUAMBO SERÁ MELHORADO

ANGOLA. O Ministério da Saúde angolano vai investir mais de três milhões de euros no apetrechamento do Centro de Medicina e Reabilitação Física do Huambo, uma das principais unidades que no centro de Angola de ajuda às vítimas de minas.

O investimento em causa foi aprovado por despacho presidencial de 29 de Agosto, e autoriza a contratação, pelo Ministério da Saúde, da China Railway Corporation, para fornecer equipamentos para apetrechar aquele centro, nos arredores do centro da cidade do Huambo.

Envolve um financiamento público superior a 3,9 milhões de dólares (3,2 milhões de euros), a financiar por uma das linhas de crédito concedidas pela China a Angola, acrescenta o mesmo despacho.

Em Janeiro deste ano, de visita ao Centro de Medicina e Reabilitação Física Dr. Agostinho Neto, no Huambo, a Lusa constatou os problemas da unidade, que se debate com a falta de recursos e apoio internacional, contando apenas com as “magras” verbas do Orçamento Geral do Estado angolano.

Na mesma altura, várias organizações internacionais que operaram na área da desminagem em Angola aproveitaram a passagem dos 20 anos (15 Janeiro 1997) da visita ao Huambo de Diana de Gales, que então colocou a necessidade de apoio à desminagem em Angola na agenda internacional, para alertar para a quebra no apoio financeiro a estas operações.

Só aquele centro de medicina e reabilitação colocava até 2010 entre 10 e 15 próteses por mês, mas depois de perder o apoio da Cruz Vermelha internacional passou a estar limitado a “três ou quatro”, como contou o director técnico do centro, que assegura parte da produção, montagem e colocação.

“Tendo em conta a procura, isso é praticamente uma gota no oceano. A procura é tanta que nós não temos capacidade de resposta”, afirmou na ocasião Secretário Catita Daniel, recordando que, mesmo depois do fim da guerra, “continuam a aparecer amputados vítimas de minas”, sobretudo crianças.

A estrutura, ainda do tempo colonial, está “obsoleta”, enfrentando ainda a falta de técnicos. Funciona com apenas 18 pessoas, para necessidades estimadas em 40 profissionais, face às “centenas de pessoas” que recorrem ao centro, que além da montagem e colocação de próteses e órteses faz ainda a reabilitação física.

“Estamos em ‘stock’ zero”, confessou igualmente o director do centro, Daniel Tove, referindo-se às “imensas solicitações” de mutilados, não só do Huambo como de outras províncias vizinhas, para colocação de próteses e cujos componentes têm de ser importados.

De acordo com o responsável, só para retomar a resposta que era dada antes do corte do apoio internacional, seria necessário mais de um milhão de dólares para os próximos anos.

Lusa

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