UM ASSASSINATO A CADA NOVE MINUTOS

BRASIL. Uma pessoa foi morta a cada nove minutos no Brasil no ano passado, segundo o 10º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado hoje, em que se contam 58.383 pessoas mortas violenta e intencionalmente no país em 2015.

A média diária de assassinatos no país foi de 160 pessoas. As estimativas também indicam que 28,6 pessoas em cada 100 mil habitantes foram assassinadas. No entanto, o número de mortes violentas sofreu uma redução de 1,2 por cento em comparação com 2014, quando foram mortas 59.086 pessoas.

O director-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Renato Sérgio de Lima, frisou que esta retracção de 1,2% no número de mortes não deixa de apontar uma diminuição, mas como aconteceu num país que está num patamar de violência muito elevado, é uma oscilação natural.

Nos últimos cinco anos, o Brasil registou mais mortes violentas do que a Síria, país em guerra, no mesmo período. Aconteceram 278.839 mortes violentas no Brasil neste período, enquanto na Síria este número totalizou 256.124 pessoas.

“Enquanto o mundo está discutindo como evitar a tragédia que tem ocorrido em Alepo e Damasco [cidades da Síria], no Brasil as pessoas fazem de conta que o problema não existe”, destacou Renato Sérgio de Lima.

Do relatório também ressalta que diariamente no Brasil pelo menos nove pessoas morrem devido a uma intervenção policial e pelo menos um agente é morto no trabalho ou fora dele.

“Isso demonstra um padrão de actuação que precisa ser revisto. Esse padrão faz com que você tenha no Brasil o maior número de pessoas mortas por intervenção policial do mundo. Essa taxa é maior do que a de Honduras, que é considerado o país mais violento do mundo”, frisou o director do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

As vítimas da violência policial no país cresceram 6,3%, no ano passado. Já o número de polícias mortos diminuiu 3,9%.

Somados, os estados de São Paulo e Rio de Janeiro registaram 1.493 mortes decorrentes de intervenções policiais, ou 45% do total de mortes registadas no Brasil.

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