ANGOLA. Os preços em Luanda subiram mais de 40% nos 12 meses anteriores a Outubro, renovando máximos históricos, mas com os indicadores do Instituto Nacional de Estatística (INE) de Angola a apontarem para uma desaceleração nos aumentos.
Segundo o relatório mensal do INE, ao qual a agência Lusa teve acesso, sobre o comportamento da inflação, os preços subiram de Setembro para Outubro 1,79%, contra os 2,14% anteriores ou os quase 4% em Julho.
Neste relatório do Índice de Preços no Consumidor (IPC), Luanda apresentava em Outubro uma inflação acumulada, a um ano, de 40,04%, contra os 39,4% de Setembro. Este registo volta a ficar acima dos 38,5% (para todo o ano) que o Governo inscreveu na revisão do Orçamento Geral do Estado de 2016, aprovada em Setembro último e justificada com a diminuição das receitas fiscais com a exportação de petróleo.
Um pão custava em média, em Luanda, quase 89 kwanzas (50 cêntimos de euro), um frango congelado chegava a 1.465 kwanzas (8,20 euros) e o quilograma de carapau a 3.269 kwanzas (18,20 euros), enquanto o de cebola estava em 909 kwanzas (cinco euros) e o de tomate em 1.363 kwanzas (7,60 euros), segundo o relatório do INE para o mês de Outubro.
O IPC de Luanda registou aumentos entre Setembro e Outubro, nas classes “Mobiliário, Equipamento Doméstico e Manutenção”, com 4,99%, “Vestuário e Calçado”, com 4,36%, “Bens e Serviços Diversos”, com 3,70%, e “Lazer, Recreação e Cultura”, com 3,21%.
Desde praticamente Setembro de 2014 que a inflação em Luanda não para de aumentar, acompanhando o agravamento da crise económica, financeira e cambial decorrente da quebra na cotação internacional do barril de petróleo bruto, o que fez disparar o custo nomeadamente dos alimentos, levando algumas superfícies a racionar vendas.
Luanda é considerada em estudos internacionais como uma das capitais mais caras do mundo.
Já o Índice de Preços no Consumidor Nacional (IPCN) – o INE não divulga dados agregados para um ano para todo o país – registou uma variação de 1,52% (2,14% no mês anterior) entre Setembro e Outubro.
Em todo o país, as subidas no último mês foram lideradas pelas províncias do Cuando Cubango (2,27%), Lunda Norte (2,03%) e Uíge e Malange (1,95% cada), enquanto na posição oposta figuraram as províncias do Bié (0,88%), Benguela (1,05%) e do Huambo (1,18%).
Fonte: Lusa