ANGOLA. O ministro dos Negócios estrangeiros angolano disse hoje, em Nova Iorque, que o país quer intensificar os encontros com Portugal e que deseja receber a visita do primeiro-ministro, António Costa, ainda este ano.
Lisboa não vai, mais uma vez, deixar cair esta oportunidade de manter em alta os índices de bajulação típicos dos governantes portugueses perante sua majestade o rei José Eduardo dos Santos.
“Queremos que as visitas entre os dois países se estendam aos níveis mais altos dos nossos dirigentes, como o Presidente e o primeiro-ministro. Vamos ver se é possível [a visita de António Costa ainda este ano] e se encontramos tempo”, disse Georges Chicoti à agência Lusa.
Chicoti reuniu-se com o seu homólogo português, Augusto Santos Silva, na segunda-feira e os dois responsáveis “concordaram em trabalhar juntos” para que o Presidente da República e o primeiro-ministro de Portugal visitem oficialmente Angola, o que “reafirmaria a confiança entre os dois Estados e governos”.
À agência Lusa, Augusto Santos Silva explicou que cabe agora a Angola propor uma data, que será analisada pelo Governo português segundo a agenda do primeiro-ministro.
O governante confirmou também que o ministro da Economia português, Manuel Caldeira Cabral, visitará Angola por ocasião da Feira Internacional de Luanda, prevista para o próximo mês de Novembro.
“Queremos estimular cada vez mais a cooperação empresarial entre Angola e Portugal. Este é o momento de mostrar que queremos boas relações entre os dois países e é nesse sentido que vamos trabalhar”, concluiu Georges Chicoti.
Portugal só tem que respeitar o poder instituído em Angola. Então, o senhor jornalista pretende que o Governo de Portugal maltrate o Governo de Angola? Claro que não o vai fazer nem o pode fazer. Portugal e Angola são países soberanos. Se existem problemas internos, pois que sejam os angolanos a resolvê-los. José Eduardo dos Santos, quer se goste ou não, é o actual Presidente da República de Angola. Por tal, merece inteiro respeito de Portugal e dos portugueses.
Ser contra a hipocrisia dos políticos não é ser contra os portugueses. Angola não é o regime. Além disso, importa lembrar que, por cá, existem angolanos a morrer todos os dias, de fome, de doenças; que Angola é um dos países mais corruptos do mundo; que Angola é um dos países com piores práticas democráticas; que Angola é um país com enormes assimetrias sociais; que Angola é o país com o maior índice de mortalidade infantil do mundo.
Folha 8