Angola e a Alemanha querem desenvolver a sua cooperação ao nível das pequenas e médias empresas, a força motriz da economia alemã, e que podem vir a transferir conhecimento e investir no nosso país.
A vontade foi manifestada por dirigentes dos dois países durante o VI Fórum Económico Angola-Alemanha, realizado hoje em Luanda, no âmbito da Feira Internacional de Luanda (Filda).
Na abertura do evento, o ministro da Economia de Angola, Abraão Gourgel, destacou o forte papel socioeconómico que desempenham as pequenas e médias empresas (PME) alemãs, sublinhando os factores sucesso, estabilidade e coesão social.
“Com efeito as 30 mil PME que existem na Alemanha asseguram 16 milhões de empregos, ou seja, 61% de todos os postos de trabalho na economia global e 44% dos postos de trabalho na indústria de transformação. Trata-se de indicadores sem paralelo, mesmo em países industrializados”, destacou o governante angolano, sobre a situação alemã.
Por sua vez, o delegado da Economia (Governo) da Alemanha em Angola, Ricardo Gerigk, disse que as pequenas e médias empresas alemãs querem colaborar com o desenvolvimento angolano e defendeu que o processo de diversificação económica que Angola leva a cabo passa igualmente pela diversificação dos parceiros económicos.
“Além da transferência de conhecimento e investimento na produção, as empresas investem fortemente na formação profissional. Gosto de citar uma palavra que aqui em Angola representa muito ‘juntos’, juntos podemos cooperar e colaborar para o desenvolvimento de Angola”, realçou Ricardo Gerigk.
No fórum, que termina quarta-feira, os participantes vão receber informações sobre os projectos e oportunidades de compromisso económico nos sectores da infra-estrutura, saúde, industrialização e energia, bem como estão a ser discutidas as garantias de risco e condições de financiamento para Angola.
A participar no evento está igualmente a secretária de Estado parlamentar do Ministério da Economia e Energia da Alemanha, Brigitte Zypries, que sublinhou a importância de mais investimentos na formação de quadros, sobretudo a formação profissional de jovens.
A Alemanha participa na 32.ª edição da Feira Internacional de Luanda, que hoje arrancou em Luanda até domingo, com 28 empresas.
A Megger, empresa de produção de equipamentos do ramo da energia e águas, presente em Angola há oito anos, participa no certame, com a perspectiva de angariar mais clientes.
O director comercial para África, Samuel Panzo, considerou importante o mercado angolano para a empresa, com representante em Angola e uma vasta lista de clientes dos sectores público e privado.
“A nível de Angola já chegamos a um 1,5 milhões de dólares por ano de exportações. O mercado angolano é muito importante para nós, tendo em conta o nosso ramo de energia e águas, coisas básicas para o cidadão”, frisou.
Por seu turno, o responsável comercial da Bosch no mercado angolano, Fernando Borges, sublinha as dificuldades que a empresa enfrenta nos últimos tempos em Angola devido a dificuldades na importação das mercadorias.
A empresa presente há nove anos no mercado angolano baixou o volume de importações em cerca de 40%, desde o início do ano, perspectivando igualmente uma baixa no seu crescimento em cerca de 20%.
“O crescimento todos os anos está entre os cinco, sete a 10%, e este ano não vai ser, será uns 10 a 20% abaixo, não porque não haja encomendas, mas sim pela falta de resposta”, frisou.