ANGOLA. “Desejamos a todos Festas Felizes e que o ano de 2018 proporcione a cada um oportunidades reais e plenas para realizarem os vossos sonhos. Estamos certos de que só com a realização do sonho de cada angolano, o nosso País alcançará o almejado desenvolvimento social, onde serão banidas a fome e a pobreza.
O ano que agora termina foi marcado por acontecimentos relevantes, entre os quais destacamos a realização das terceiras Eleições Gerais e as quartas na história do País. Mais uma vez, a esmagadora maioria viu as suas expectativas frustradas por um processo eleitoral amplamente contestado.
Apesar do sucedido, o País conhece um novo ciclo político, com a saída de José Eduardo dos Santos, das funções de Presidente da República, que delapidou o País, nos 38 anos da sua governação. Este novo momento político oferece aos angolanos, a expectativas da criação de um país, onde cada um, independentemente da sua matriz política e ideológica, se possa sentir parte integrante de um todo (Angola), realizando em plenitude a sua cidadania. Esperamos que o passado tenha ficado para trás e que o futuro veja surgir uma Angola mais inclusiva e de maior equidade.
Após três meses da investidura do actual Titular do Poder Executivo ainda não se sentem mudanças concreta na vida dos angolanos, onde a maioria não tem acesso aos serviços essenciais, de educação, saúde, água potável, energia eléctrica, saneamento básico, habitação condigna, etc.
Aqui é justo reconhecer que as acções de marketing político desencadeadas pelo Presidente da República apaixonaram uma parte do País, ansiosa em ver extirpada do tecido social angolano, os vícios da governação passada.
Os Angolanos depositam esperança no Orçamento e Programa para o exercício económico de 2018. Lamentavelmente, o País Real continuará submetido a medidas orçamentais de estagnação económica e social. A proposta do próximo Orçamento Geral do Estado, segue a mesma linha estratégica dos anteriores. Parte significativa das receitas cobre despesas com o pagamento da dívida, enquanto outra, custeia despesas correntes. Os sectores da educação e saúde continuam a ter dotações orçamentais ínfimas, diante de necessidades gritantes. Também não se vislumbram incentivos para as pequenas e médias empresas, com vista à criação de empregos para os jovens. também adiado o sonho de milhares de jovens que têm a pretensão de ingressar na função pública, outrossim, orçamento para sustentar a propalada diversificação económica, é absolutamente irrisório, se atendermos aos desafios que se interpõem nesta empreitada.
Enfim, o ano de 2018 adivinha-se como prolongamento dos demais, difícil para as famílias angolanas que estarão desprovidas de rendimentos para custearem as suas vidas.
A alteração que se quer positiva, do quadro social, passa pela adopção de políticas públicas corajosas, que ponham fim ao desperdício financeiro; passa pela reestruturação dos sistemas de educação e formação profissional dos jovens; passa pelo fomento da agricultura; pelo relançamento da produção nacional, através de incentivos fiscais ao sector empresarial privado; passa pela adopção de políticas de habitação para os jovens; passa pela criação de mais emprego, entre outras medidas urgentes.
Por isso, com os pés bem assentes sobre a terra e conscientes da realidade política, social e económica que grassa por Angola, onde os cerca de 25 milhões de cidadãos, estão longe de usufruírem e desfrutarem de seus direitos inalienáveis, exortamos todos angolanos, em particular os militantes e membros da CASA-CE, a continuarem vigilantes e a manterem uma postura crítica para juntos construirmos uma alternativa credível, assente no patriotismo e na nossa angolanidade.”