ANGOLA. Os independentistas da FLEC-FAC reivindicaram hoje a autoria de ataques às Forças Armadas Angolanas (FAA) em Cabinda, que desde 23 de Agosto já terão provocado a morte a cinco militares de Angola.
A informação consta de um “comunicado de guerra” enviado pela Frente de Libertação do Estado de Cabinda – Forças Armadas Cabindenses (FLEC-FAC), reclamando que “ataca os ocupantes angolanos no território de Cabinda” e que a região de Massabi “está debaixo de fogo” desde 23 de Agosto, precisamente dia das eleições gerais em Angola.
Num primeiro ataque, segundo as FAC, foi visada uma posição do exército angolano em Manenga, na região de Massabi, tendo resultado na morte de três militares das FAA, nos combates, além de sete feridos.
Já na madrugada de domingo, um soldado das FAC e dois das FAA “foram mortos em violentos enfrentamentos” entre as duas forças, também próximo de Massabi, na povoação de Bitcheque.
Desde 2016, com o recrudescimento da actividade guerrilheira, as FAC já reivindicaram ataques que provocaram a morte, naquele território, a dezenas de militares das FAA, informação cuja veracidade é desmentida pelas autoridades angolanas, que garantem que a situação no enclave é estável.
“As FAC, braço armado da FLEC, prometem multiplicar os ataques contra os invasores angolanos em toda a extensão do território de Cabinda. Apelamos particularmente aos elementos das FAA, originários de Cabinda, para que não se enganem no inimigo e virem as armas contra os seus agressores angolanos”, lê-se no comunicado de guerra emitido hoje.
Os independentistas da FLEC-FAC apelaram a 7 de Agosto à “paralisação total” no enclave de Cabinda nas eleições gerais de 23 de agosto, em Angola, afirmando que “cada Cabinda que colocar um voto” assume “que é angolano”.
O apelo consta de um comunicado assinado pelo seu porta-voz, Jean Claude Nzita, no qual a direcção político-militar FLEC-FAC afirmava que as eleições eram do “país ocupante”.
“Votar em Cabinda nas eleições de Angola de 23 de Agosto de 2017 é abdicar da identidade Cabinda, aceitar a inaceitável integração belicista de Cabinda em Angola, é conspurcar a memória de todos os nossos antepassados e mártires que combateram o colonialismo português e o neocolonialismo angolano”, referia o comunicado.
A FLEC-FAC recorda que a 1 de Fevereiro de 1885 foi assinado o Tratado de Simulambuco, que tornou aquele enclave num “protectorado português”, o que está na base da luta pela independência do território.
O enclave de Cabinda, no ‘onshore’ e ‘offshore’, garante uma parte substancial da produção total de petróleo por Angola, actualmente superior a 1,6 milhões de barris por dia.
Lusa