EM BENGUELA A POLÍCIA ESTÁ CADA VEZ MAIS INDISCIPLINADA

O Comando Provincial da Polícia Nacional em Benguela registou em 2023 a abertura de 864 infracções disciplinares que resultaram na despromoção de 13 efectivos e expulsão de outros sete da corporação. Esta realidade é admitida pelo Delegado e Comandante Provincial da Polícia Nacional na província, Comissário Aristófanes Vila Cardoso dos Santos.

Por Geraldo José Letras

O Comissário Aristófanes Vila Cardoso dos Santos reconheceu o problema quando falava por ocasião das celebrações do 48° aniversário da Polícia Nacional e mostrou preocupação com casos de indisciplina no seio da corporação.

No decurso do ano de 2023, o Comissário Aristófanes Vila Cardoso dos Santos, fez saber que o Comando Provincial da Polícia Nacional em Benguela registou um total de 864 infracções disciplinares, que deram lugar a abertura 378 processos de intervenções e 280 processos disciplinares que, resultaram na despromoção de 13 agentes e expulsão de outros sete do seio da Polícia Nacional, “pois não se concebe um agente da autoridade que aja fora dos padrões normais de actuação em democracia”, lamentou.

Durante o seu discurso de encerramento as festividades alusivas ao 48° aniversário da Polícia Nacional que coincidam com o encerramento do 2° turno do 20° Curso Básico de Polícia, ministrado nas instalações do Instituto Superior de Ciências Policiais e Criminais “General Osvaldo de Jesus Serra Van-Dúnem”, o Comandante Geral da Polícia Nacional, Comissário-Geral, Arnaldo Manuel Carlos, orientou aos novos efectivos da PNA para a observância dos preceitos da ética e da deontologia profissional, com principal destaque para o amor pela verdade e responsabilidade, como fundamento da dignidade pessoal, o sentimento do dever, o brio e o decoro policial.

“Um bom Polícia precisa conservar elevados níveis de autocontrolo, ter raciocínio rápido e, acima de tudo, demonstrar forte senso de moral. Julgo necessário lembrar-vos que uma das características mais importantes que devemos cultivar e manter, para garantir melhor desempenho profissional, é, sem dúvidas, a capacidade de se doar pelos outros”, apontou.

Na ocasião, o Comissário Geral elucidou a nova nata de polícias, que os profissionais da farda azul, no cumprimento das suas missões e tarefas, colocam as suas vidas em risco em prol da sociedade e da defesa dos valores mais nobres, como a soberania, a integridade territorial, a paz e a harmonia social.

“Ser Polícia não é apenas uma profissão ou um emprego para garantir o sustento da família, ser Polícia é também uma missão das mais árduas, e nobres que existem”, sublinhou.

Antes de terminar, o Comandante Geral Arnaldo Manuel Carlos apontou alguns elementos essenciais aos novos agentes, com vista a moldá-los para os objectivos da PNA e do Estado, com realce para o exercício das funções com autoridade, eficiência e probidade, respeitar a dignidade da pessoa humana, ser justo e imparcial no julgamento dos actos e zelar pelo preparo moral, intelectual e físico, tendo em vista o cumprimento da missão comum.

“Apelo à vossa dedicação, empenho e sobretudo a vossa disciplina, para que a Polícia possa merecer, cada vez mais, a confiança da população”, concluiu.

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