BRASIL. Nove pessoas ficaram feridas, incluindo uma criança e um polícia, em incidentes no exterior da sede da Polícia Federal brasileira em Curitiba na noite de sábado, durante a entrada do ex-presidente Lula da Silva para cumprir pena de prisão.
De acordo com fontes da Polícia Militar citadas pelo portal de notícias da Globo, G1, e pela agência Efe, os incidentes ocorreram quando aterrou nas instalações da sede da Polícia Federal (PF) o helicóptero que transportava Lula da Silva, tendo explodido dois supostos petardos no meio da concentração de simpatizantes do antigo chefe de Estado.
Os agentes federais que se encontravam no interior das instalações da PF responderam lançando gás lacrimogéneo, obrigando os apoiantes de Lula da Silva a dispersarem pelas ruas.
As forças de segurança também usaram balas de borracha contra os manifestantes que apoiavam Lula da Silva, mas nenhum dos feridos se encontra em estado grave, embora alguns tenham sido transportados para hospitais.
Segundo a Polícia Militar, as balas de borracha foram usadas para afastar os manifestantes que, alegadamente, teriam agredido elementos desta força de segurança
A poucos metros destes incidentes estavam dezenas de pessoas a favor da prisão de Lula que, de forma pacífica, foram obrigadas a abandonar o local, medida também aplicada para os jornalistas.
Antes da chegada do ex-presidente brasileiro a Polícia Militar estabeleceu um cordão policial entre manifestantes pró e contra Lula da Silva, afastando-os cerca de 30 metros para evitar confrontos. Ainda assim, registaram-se discussões e insultos, assim como empurrões, incluindo contra jornalistas.
Incidentes idênticos repetiram-se em concentrações noutras cidades, como em São Paulo, Brasília ou São Bernardo do Campo.
A presidente do Partido dos Trabalhadores, o partido de Lula da Silva, disse aos jornalistas que vai começar uma “vigília cívica que só terminará quando Lula” sair da prisão. “Vamos ter várias manifestações de apoio, de solidariedade, caravanas”, declarou Gleisi Hoffmann.
O antigo chefe de Estado começou no sábado a cumprir uma pena de prisão de 12 anos e um mês.
Lula da Silva, que sempre se declarou inocente, foi considerado culpado dos crimes de corrupção e branqueamento de capitais, por ter alegadamente recebido um apartamento de luxo na cidade do litoral do Guarujá como suborno da construtora OAS, uma das empresas envolvidas nos escândalos da Operação Lava Jato.
Luiz Inácio Lula da Silva, 72 anos, foi o 35.º Presidente do Brasil (2003-2011).