ANGOLA. A venda de petróleo de Angola à China aumentou 22% no primeiro semestre deste ano, para 27,1 mil toneladas métricas, sendo o segundo maior fornecedor chinês, a seguir à Rússia, com 29,2 mil.
De acordo com os dados compilados pela agência de informação financeira Bloomberg, com base nos números da alfândega chinesa, Angola foi o segundo maior vendedor de petróleo à China no primeiro semestre, tendo mesmo começado o ano a vender mais petróleo do que a Rússia, tradicionalmente o maior fornecedor chinês.
Em Janeiro deste ano, Angola vendeu ao gigante asiático 4,9 mil toneladas métricas, sendo aliás o único mês em que suplantou as vendas oriundas da Rússia para a China – juntamente com a Arábia Saudita, estes países valem cerca de metade das importações chinesas de petróleo.
No mês passado, a produção petrolífera angolana registou um aumento equivalente a 66.000 barris diários, mas continua atrás da Nigéria, que está na liderança entre os produtores africanos, segundo a OPEP.
De acordo com o último relatório mensal da Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP), Angola atingiu em Junho uma produção diária média de 1,668 milhões de barris de crude, face aos 1,602 milhões de barris do mês anterior, com dados baseados em fontes secundárias.
Com este registo, em volume produzido, Angola continua, pelo segundo mês consecutivo, atrás da Nigéria, país que viu a sua produção aumentar mais 96.700 barris diários de Maio para Junho, chegando à média de 1,733 milhões de barris por dia, de acordo com os dados da OPEP.
Angola perdeu a liderança da produção africana de petróleo em maio, para a Nigéria, o que então aconteceu pela primeira vez este ano.
A produção na Nigéria tem sido condicionada por ataques terroristas, grupos armados e instabilidade política interna, sobretudo no primeiro semestre de 2016, com Angola a ter chegado então ao topo dos produtores africanos, por entre algumas oscilações.
O acordo entre os países produtores de petróleo, para reduzir a produção e fazer aumentar os preços, obrigou Angola a cortar 78 mil barris de crude por dia com efeitos desde 1 de Janeiro, para um limite de 1,673 milhões de barris diários.
A OPEP refere que em termos de “comunicações directas” à organização, Angola terá produzido 1,662 milhões de barris de petróleo por dia em Junho (mais 69.000 barris diários face a maio), enquanto a Nigéria terá chegado aos 1,663 milhões de barris diários (mais 168.800 barris por dia).
Angola enfrenta desde final de 2014 uma profunda crise económica, financeira e cambial decorrente da forte quebra nas receitas petrolíferas.
Em menos de dois anos, o país viu o preço do barril exportado passar de mais de 100 dólares para vendas médias, no primeiro semestre de 2016, para 36 dólares por barril, segundo dados do Ministério das Finanças.
Desde o início do ano que as vendas de petróleo angolano têm estado, em regra, à volta dos 50 dólares por barril.
Lusa
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