Isabel dos Santos eleita para o CA da Unitel

Isabel dos Santos foi hoje reeleita por unanimidade para o Conselho de Administração da operadora angolana Unitel, para o período 2019/21, entrando a equipa em funções até 6 de Maio próximo, indica um comunicado da assessoria da empresária.

Segundo o documento, a decisão foi tomada na Assembleia-Geral da operadora de telecomunicações angolana, que decorreu ao longo de todo o dia de hoje em Talatona, a sul de Luanda, em que estiveram presentes os representantes dos quatro accionistas que detêm a totalidade do capital social da empresa.

No comunicado é indicado que o novo Conselho de Administração, que integra mais quatro nomes – Amílcar Safeca, Miguel Geraldes, João Boa Quipipa e Luiz Rosa -, entrará em funções até 6 de Maio, com o presidente a ser eleito na primeira reunião, nos termos previstos da lei.

Actualmente, o Conselho de Administração da Unitel é liderado por Isabel dos Santos, empresária e filha do ex-Presidente da República de Angola, José Eduardo dos Santos.

Segundo o comunicado, adicionalmente, foi indicado para director-geral Miguel Geraldes, de nacionalidade portuguesa, que se junta à Unitel vindo da representação na África do Sul da empresa chinesa Huawei, tendo também desempenhado, durante nove anos, o cargo de Managing Director da MTC Namíbia, a operadora de telecomunicações namibiana.

“Miguel Geraldes sucederá a Antony Dolton, que desempenhou, desde a sua nomeação em 2013, um papel extremamente importante no crescimento da empresa e na sua consolidação como líder no sector de telecomunicações em Angola”, lê-se no documento.

O comunicado recorda que o Conselho de Administração cessante entrou em funções em 2012, período durante o qual a Unitel “nunca deixou de crescer, ano após ano, assegurando um alto retorno aos seus accionistas apesar dos consideráveis desafios económicos”, tendo continuado a “investir significativamente na construção de uma rede de alta qualidade e a manter a maior quota de mercado do sector” em Angola.

Citado no comunicado, o presidente da Assembleia-Geral da Unitel, Leopoldino do Nascimento, agradeceu ao Conselho de Administração cessante pela “notável contribuição” mostrada durante o mandato.

“Gostaríamos de dar o nosso voto e agradecimento ao Conselho de Administração cessante pela sua notável contribuição e dedicação para fazer da Unitel uma das empresas mais inspiradoras e bem-sucedidas em Angola. O novo Conselho de administração deverá dar continuidade e desenvolver estas conquistas, mantendo o seu legado”, afirmou.

“Foram reconhecidas pelos accionistas as capacidades e qualidades técnicas dos administradores cujo mandato cessa, reconhecendo ainda que, no exercício do referido mandato, a actuação do Conselho de Administração se pautou por princípios de boa fé, tendo em vista a prossecução dos interesses da Unitel”, termina o documento.

Recorde-se, entretanto, que a Unitel foi eleita para presidir ao GSMA Association Africa Fraud and Security Group (AFASG), um grupo de trabalho específico dedicado ao tratamento dos temas de fraude e segurança críticos para a indústria de telecomunicações em África.

O mandato tem um período de 2 anos, renovável por mais dois, mediante avaliação do trabalho realizado e sujeito a nova eleição.

A nomeação resulta de um processo de candidatura que se consubstancia na apresentação de um Plano Estratégico de Liderança para o Grupo em África, submetido à consideração dos seus membros.

A Unitel concorreu com a MTN (que possui 18 operações em África) e com a Wana Corporate, Marrocos.

A função de Chair vai ser assegurada pelo Director de Risco, Fraude e Segurança da Unitel, José Carlos Sobreira Martins.

Fazem parte do AFASG, os grandes grupos de telecomunicações em África como: Orange (18 operações em África); MTN (18); Airtel (16); Vodafone/Vodacom (8) e Millicom/Tigo (4), para além de outros operadores móveis individuais e Membros Associados tais como vendedores de tecnologia, como a Ericsson e Huawei.

O AFASG, é uma entidade inserida na estrutura do GSMA Association, que por sua vez, representa os interesses a nível internacional, de todos os operadores de telecomunicações móveis do mundo. São mais de 800 operadoras móveis, e mais de 350 empresas associadas que fazem parte do amplo ecossistema móvel.

No passado 13 ficou também a saber-se que a Unitel, liderada por Isabel dos Santos, tornou-se na primeira empresa angolana a integrar a lista de Parceiros do Fórum Económico Mundial (WEF, sigla em inglês).

“A parceria vai permitir à Unitel apoiar a missão do Fórum em África, envolver-se activamente nos projectos e estar representada no Encontro Anual de Davos, em 2020, no Encontro Anual dos Novos Campeões, na China, bem como nas cimeiras regionais em África e no Médio Oriente”, lê-se no comunicado distribuído pelo WEF.

Na nota, o WEF apresenta a Unitel International Holding como “uma companhia telefónica pan-africana, operando uma rede baseada nos padrões GSM e UMTS, oferece comunicações de voz, texto e mensagens multimédia, bem como acesso à internet no telemóvel, e cobre todas as cidades de Angola desde 2011, tendo ainda investido recentemente noutros países africanos”.

A Unitel conta como accionistas com as empresas PT Ventures (detida pela operadora brasileira Oi), Mercury (através da MS Telecom, participada da Sonangol), Vidatel e Geni, todas com igual participação accionista de 25%.

Para o WEF, a Unitel é também “uma empresa africana que vê o potencial futuro do continente africano”.

Todos os anos, a direcção do Fórum escolhe um número limitado de parceiros, que incluem empresas como o Grupo Alibaba, Boston Consulting Group, a fundação Bill & Melinda Gates, Facebook, Google, Coca-Cola, Bloomberg e o Grupo Dangote, a única outra empresa africana.

“Este é um grande acontecimento para nós; a equipa de gestão está muito orgulhosa por fazer parte desta selecta parceria e desta rede de líderes empresariais impressionante; temos um caminho muito claro e excitante de crescimento e ansiamos por intervir no próximo Fórum, em Davos”, afirmou Isabel dos Santos, citada no comunicado.

Angola, conclui o WEF, “tornou-se um dos mais interessantes países para fazer negócios na África subsaariana; começou um processo de reconstrução do país e crescimento económico sem paralelo, principalmente alicerçado na vasta riqueza em recursos naturais com uma concentração de petróleo, diamantes, minerais, madeira e outros recursos naturais”.

O WEF foi criado em 1971, como uma fundação não lucrativa e tem a sede em Genebra, na Suíça. Funcionando em estreita colaboração com outras instituições de desenvolvimento, como o Fundo Monetário Internacional, o WEF assume-se como uma entidade independente, imparcial e sem ligação a interesses especiais.

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