Carta aberta de trabalhadores do SME

“Servimo-nos da presente para contestar e clamar por justiça à Assembleia Nacional, sobre o excesso de irregularidades e autoridade do senhor Director Doutor José Paulino da Cunha, uma vez que as redes sociais têm servido de advogados imparciais para os actos de injustiça praticados por quem se intitula dono do País.

O SME – Serviço de Emigração e Estrangeiros recrutou mais de 800 efectivos, sem concurso público, escolhidos a dedo por serem filhos de senhores na sociedade angolana. Mentiram aos funcionários que no ano de 2015 voltariam a recrutar onde a prioridade seria para filhos de aposentados e órfãos da emigração e, no final, os lugares foram vendidos pelo chefe de Recursos Humanos e sua esposa que também é funcionária e trazia os clientes. Muitos recém enquadrados apresentaram declarações falsas para conseguirem o tão almejado cartão do Jumbo onde é depositado mensalmente 30 mil kwanzas.

Durante o recrutamento os sobrinhos da nobre família do senhor Director, gabavam-se perante os outros colegas, alegando que o tio prometeu que em menos de 6 meses como agente atingiriam as patentes de oficial superior e que já sabiam através de um encontro familiar, o posto que cada um deles deveria ocupar, de modos que quando o Director saísse estariam bem assegurados e conseguiriam dar sequência à cadeia de actos, muitos com irregularidades, que José Paulino da Cunha precisasse sem ser questionado por outros colegas.

Actos que continuam a ser emitidos em horário duvidosos (noite) como permanências temporárias, cartões de residência e visto de trabalho.

Os irmãos do Doutor José Paulino da Cunha (com maior incidência o seu parceiro), mesmo não sendo funcionários do órgão têm o benefício de trazer actos maioritariamente nacionalidades Mauritânia e Libaneses, que são consideradas nacionalidades de risco, mas como pagam mais caro, mesmo não reunindo condições exigidas por lei, condicionando a saída do local de serviço aos funcionários da Emigração, caso eles não procurem os processos e darem tratamentos no horário nocturno, sob pena de passarem a noite a trabalhar (as ditas urgências nocturnas).

O Director tem consciência que os seus sobrinhos, Manuel, Zerilson, Carlos etc… têm uma conduta pouco aceitável pela sociedade, são consumidores de drogas, um deles já foi agredido em frente à emigração porque burlam os utentes recebendo grandes quantias de valores para resolução de alguns actos migratórios, e como é pratica constante do director instalar processo disciplinar aos funcionários que muita das vezes são expulsos (só os filhos de camponeses) os estrangeiros lesados dirigem-se à sala do Director para apresentar queixa e ele, por sua vez, tomar medidas, e acabam queixando-se à pessoa errada, este por sua vez de forma a não manchar o sobrenome da nobre família Silva da Cunha, manda emitir os actos atropelando a lei.

Perdoem a nossa ignorância mas estamos há mais de 30 de anos de casa e já nós perguntamos em que parte da lei º 2 do Regime Jurídico dos Estrangeiros em Angola está escrito que os estrangeiros de nacionalidade chinesa gozam de um estatuto diferente, adquirindo o primeiro cartão num determinado dia em menos de 24 horas, sem atingir o estatuto máximo que é atribuído aos que residem há mais de 15 anos? Como nos consideram pessoal da velha guarda pensamos que a lei mudou.

Não será porque estes estão a ajudar na construção das moradias do Dr. José Paulino da Cunha, seus familiares, e na construção, acabamento do hotel Gelvisol do Doutor Paulino que é frequentado maioritariamente por estrangeiros?

Como é possível o todo poderoso José Paulino da Cunha meter a chefiar “bebés” com menos de 6 meses de trabalho? Será que conhecem o trabalho?

De certeza absoluta que no registo criminal dos mesmos não constou os crimes de agressão física, ferimento de arma branca (sabres), ferindo gravemente um cidadão, porque como eles mesmos alegam o Senhor José Paulino da Cunha é amigo íntimo de Zenu que interveio na ultima vez que o bom nome Paulino da Cunha esteve mergulhado em escândalo e que ninguém estará capacitado para tirá-lo do lugar. Em que parte do Mundo para-militares com 6 meses de trabalho ostentam patentes de oficial superior podendo cada um escolher uma determinada patente e dar a conhecer aos pais ou tios para materializar os sonhos?

Será que a Emigração agora é um órgão privado e o senhor José Paulino da Cunha é o sócio maioritário?

Angola é de todos nós.

Temos provas de tudo que escrevemos pois ele faz as coisas e esquece que os processos são arquivados por pessoal experiente com mais de 30 anos de serviço.

Senhor Presidente, estamos tão cansados que estamos a perder o medo, ou resolvem de uma vez por todas essas irregularidades, falta de respeito que José Paulino da Cunha tem ou não serão apenas 15+2 presos e sim a grande revolução começará na Emigração.”

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2 Thoughts to “Carta aberta de trabalhadores do SME”

  1. gaspar gaspar

    é preciso começarem a recrutar apartir das escolas (apartir do estágio), em parte alguma a admissão é feita por grau de parentesco(excepto Angola)
    só assim teremos funcionários sérios e q respeitam os cidadãos

  2. Ferreira Manuel

    Agora começa nas forças para-militarizadas e depois, onde será a revolta? Alguém sabe? A incógnita não é previsível. A DISA já estará a tomar medidas. É preciso muito cuidado.

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