No dia 24 de Novembro de 2018, a conferência de imprensa, em Lisboa, do Presidente João Lourenço, foi interrompida por uma órfã dos massacres, ou genocídio, do 27 de Maio de 1977, que tentava recitar um poema em memória dos pais, vítima da repressão ordenada por Agostinho Neto, presidente do MPLA. Por Orlando Castro O Presidente angolano, João Lourenço, permitiu a intervenção, mas não autorizou que declamasse o poema, considerando, pouco depois, questionado pelos jornalistas, que o caso de 27 de Maio de 1977 é “um dossiê delicado” que ainda…
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Opinião de Orlando Castro
Quando um genocida é
Morreu um dos maiores
O Jornalista João Fernandes morreu esta terça-feira aos 81 anos. Pelos sítios por onde tenho andado, e quando me falam de Jornalismo, conto como tudo isto me aconteceu. Tal como recordo algumas das grandes figuras do Jornalismo angolano que na altura, 1972/73, me serviam de referência, de exemplo, e que por isso “apadrinharam” o amor que – apesar de tudo – ainda tenho a esta, e por esta, profissão. Por Orlando Castro Se na rádio recordo, entre outros, Alexandre Caratão, Carlos Sanches, Ribeiro Cristóvão, Fernando Antunes (Congo), Norberto de Castro,…
Leia maisLiberdade de imprensa não
é propriedade do Governo
O ministro da Comunicação Social angolano considera que “ainda não houve tempo” para “progressos notáveis” de liberdade de imprensa, afirmando no entanto que houve “avanços inegáveis” nos pouco menos de dois anos, da nova governação. Quem diria… Por Orlando Castro Vejamos então qual é, do ponto de vista oficial do Governo, a missão deste ministério que, do nosso ponto de vista e auxiliado por outra sucursal do MPLA, a ERCA, apenas pretende – como aliás consta das suas atribuições – “organizar e controlar”. “O Ministério da Comunicação Social é o…
Leia maisJudas comunista uma vez, Judas (iscariotes) sempre!
O comunista e ex-conselheiro da Revolução (Portugal), José Miguel Judas, resolveu agora – com a preciosa ajuda da Lusa – retransmitir os recados que o MPLA sempre lhe fez chegar e aos quais deu guarida, ou não fosse um sipaio obediente. Assim, veio agora afirmar que Portugal passou décadas a conspirar contra os governos das ex-colónias (sobretudo MPLA e Frelimo), boicotando o sinal de confiança que os militares quiseram dar com o fecho do Tarrafal, em Cabo Verde. Por Orlando Castro “A libertação dos presos era um primeiro sinal, claro,…
Leia maisQue país é este?
Os polícias angolanos que assistiram, sem impedir, ao linchamento popular de dois assaltantes, sábado em Luanda, actuaram com os padrões de segurança adequados para salvaguardar a sua própria “integridade física”, segundo Mateus Rodrigues, porta-voz da Polícia Nacional. Mas, afinal, que país é este? Poderemos, com rigor e propriedade, dizer que Angola é um país, é um Estado de Direito? Não, não podemos! Por Orlando Castro Que país é este que mobiliza, para além da Polícia, a Força Aérea e a Marinha de Guerra para muscular a “Operação Transparência” e não…
Leia maisMo Ibrahim rendeu-se
O empresário e filantropo Mo Ibrahim afirmou, em entrevista à agência Lusa, estar “muito surpreendido” com as mudanças políticas em Angola. Bastou ao jacaré dizer que é vegetariano e ele (como muitos outros) acreditou. Ninguém cuida em verificar se, no remanso do seu esconderijo, ele não continua a ser carnívoro. É assim que se “elegem” os ditadores. Por Orlando Castro “F iquei muito surpreendido pelas mudanças em Angola porque todos assumimos que o novo Presidente de Angola [João Lourenço], que era um aliado do anterior Presidente e fiel à anterior…
Leia maisOu bajulas ou a lagosta é substituída pela mandioca
O presidente da UNITA, Isaías Samakuvua, recebeu a ordem superior baixada pelo seu homólogo do MPLA e, como obediente angolano, mostrou-se hoje, sábado, no Luena, satisfeito com o empenho do Executivo de João Lourenço no combate à corrupção, nepotismo, impunidade e à bajulação, pelo facto, desses males terem prejudicado bastante sociedade. Consta que os restos mortais de Jonas Savimbi estremeceram de vergonha. Por Orlando Castro O dirigente político do partido que, definitivamente, deveria deixar de se chamar UNITA porque nada tem a ver com a verdadeira UNITA fundada por Jonas…
Leia maisDo Sahara Ocidental a Cabinda e, claro, a Angola
O vice-presidente da República, Bornito de Sousa, reafirmou o engajamento de Angola no apoio às iniciativas diplomáticas, para superar o impasse no diferendo do Sahara Ocidental. Grande parte do território da República Árabe Saharaui Democrática (RASD) encontra-se ocupada desde 1975 por Marrocos, tal como Cabinda por Angola. Por Orlando Castro (*) Hoje, na Cimeira da SADC de solidariedade com o Sahara Ocidental, o vice-presidente de Angola vincou a necessidade de se concluir com urgência o processo de descolonização de África. Ou seja, de uma parte de África. Isto porque, presume-se…
Leia maisOrgasmo atópico
Perante o, sociologicamente interessante, despertar dos vampiros originado pela reacção do MPLA (não da visada, Luísa Damião, como seria de esperar) a um artigo de opinião publicado aqui no Folha 8, façamos o exercício de falar de Pessoas Politicamente Expostas (PPE) como se Angola fosse (não é ocaso) um Estado de Direito Democrático. Por Orlando Castro Antes, recordemos que este caso (verdadeiro potenciador do orgasmo vampiresco, se bem que atópico) deu nova vida a machistas, feministas e similares da nossa praça que, a uma só voz, consideram que “é nojento…
Leia maisA farpa e a corrupção
Esta história foi-me contada, há quarenta e tal anos, pelo enfermeiro Lucas que, à época, exercia a sua profissão na fábrica de cervejas Cuca, em Nova Lisboa (Huambo), onde também trabalhava (como carpinteiro) o meu pai. Por Orlando Castro Então é assim. Num determinado consultório, um médico e o seu empregado enfermeiro, prestavam cuidados de saúde à população razoavelmente abastada. Todas as semanas um doente ia lá fazer o curativo a uma ferida que teimava, há meses, em não curar. O médico, com a assistência do enfermeiro, fazia o respectivo…
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