PROFESSORES EM LUANDA AMEAÇAM PARALISAR

ANGOLA. Os professores de Luanda ameaçam paralisar as aulas no arranque do ano lectivo, em Fevereiro, caso não vejam solucionadas as preocupações ligadas ao aumento salarial, promoção de categoria e redução da carga horária, há anos sem resposta das autoridades.

A posição foi manifestada hoje pelo secretário provincial do Sindicato dos Professores em Luanda (Sinprof), Fernando Laureano, que em declarações à Lusa manifestou-se descontente pelo silêncio da Direcção de Educação na província e do ministério de tutela sobre o assunto.

“Nós temos o excesso de alunos nas salas de aulas, temos professores do primeiro ciclo com excessiva carga horária, falamos também da remuneração, que o nosso salário já perdeu o poder de compra, ou professores que há mais de oito anos que não são promovidos”, disse o dirigente sindical.

Fernando Laureano admite por isso que o ano lectivo de 2017 pode vir a ter “sobressaltos e mesmo paralisações logo no arranque das aulas”. “São preocupações que já se arrastam desde 2013 e até agora nada”, acrescentou ainda.

Nesta altura decorrem negociações entre o Sinprof e o Ministério da Educação: “Tivemos a primeira reunião no dia 27 do mês passado e nada se vislumbrou, estamos a aguardar o outro encontro e até agora não temos solução à vista. E não acredito que o caso seja resolvido antes do arranque das aulas. É triste”.

A abertura oficial do ano lectivo 2017 no subsistema de ensino geral em Angola tem o seu início a 31 de Janeiro e as aulas do primeiro trimestre começam no dia 1 de Fevereiro com término previsto para 15 de Dezembro.

“Se na verdade se vislumbrar uma greve será nacional e não apenas em Luanda, porque estamos a defender o caderno reivindicativo nacional de 2013, já no Ministério da Educação”, insistiu o dirigente sindical.

O secretário do Sinprof em Luanda precisou igualmente que nos encontros negociais anteriores entre o sindicato e o Ministério da Educação foi produzido um “memorando de entendimento”, mas que “infelizmente nem sequer 10% daquilo que foi acordado foi resolvido”.

As autoridades de educação na capital angolana anunciam a abertura de novas salas de aula e “a inserção de novos professores”, no entanto, o sindicalista não acredita que os problemas da Educação em Luanda sejam para já resolvidos.

“Hoje diz-se que teremos cerca de 900 novos professores no sistema, que é ínfimo para a necessidade que ronda os cerca de 4.000. Ou seja, teremos os mesmos problemas que tivemos no ano passado”, concluiu.

O Sindicato dos Professores conta em Luanda com 16.534 filiados, num universo de 22 mil professores.

Lusa

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