Mbanza Congo é património da UNESCO

A Comissão de Património Mundial da UNESCO declarou hoje por unanimidade o centro histórico da cidade de Mbanza Congo, norte de Angola, como património mundial. A decisão foi tomada durante a 41.ª sessão daquela comissão, reunida em Cracóvia, no sul da Polónia.

O projecto “Mbanza Congo, cidade a desenterrar para preservar”, que tinha como principal propósito a inscrição desta capital do antigo Reino do Congo, fundado no século XIII, na lista do património da UNESCO, foi oficialmente lançado em 2007.

O centro histórico de Mbanza Congo, na província do Zaire, no norte de Angola, está classificado como património cultural nacional desde 10 de Junho de 2013, um pressuposto indispensável para a sua inscrição na lista de património mundial.

A candidatura de Angola destacava que o Reino do Congo estava perfeitamente organizado aquando da chegada dos portugueses, no século XV, uma das mais avançadas em África à data.

A área classificada envolve um conjunto cujos limites abrangem uma colina a 570 metros de altitude e que se estende por seis corredores. Inclui ruínas e espaços entretanto alvo de escavações e estudos arqueológicos, que envolveram especialistas nacionais e estrangeiros.

Os trabalhos arqueológicos realizados no local envolveram a medição da fundação de pedras descobertas no local denominado “Tadi dia Bukukua”, supostamente o antigo palácio real.

Passaram igualmente pelo levantamento da missão católica, da casa do secretário do rei, do túmulo da Dona Mpolo (mãe do rei Dom Afonso I, enterrada com vida por desobediência às leis da corte) e do cemitério dos reis do antigo Reino do Congo.

Dividido em seis províncias que ocupavam parte das actuais República Democrática do Congo, República do Congo, Angola e Gabão, o Reino do Congo dispunha de 12 igrejas, conventos, escolas, palácios e residências.

O relatório hoje votado recomenda igualmente a colaboração com outros países na identificação de outros locais e pontos do interesse do antigo Reino do Congo e da rota dos escravos de África para a América, “com potencial” para ser inscrito na lista de património mundial.

Recorde-se que o Governo criou, em 2015, um comité para assegurar a gestão participativa do centro histórico de Mbanza Congo, tendo em vista o seu desenvolvimento sustentável.

A decisão consta de um decreto assinado pelo Presidente José Eduardo dos Santos, de 28 de Setembro de 2015, prevendo ainda a implementação de um plano de gestão e de conservação daquela área histórica no norte de Angola.

“Assegurando as matérias respeitantes aos domínios socioeconómico, cultural, turístico e ambiental da comunidade de Mbanza Congo, através do envolvimento abrangente de todas as partes interessadas, mediante um modelo participativo e inclusivo”, lê-se no decreto, que cria o Comité de Gestão Participativa daquele centro histórico.

Sob tutela do Presidente, este comité é um órgão colegial especializado de carácter permanente, encarregue da gestão, conservação, protecção e valorização do património histórico-cultural de Mbanza Congo, sendo coordenado pelo governador da província do Zaire, integrando ainda elementos de 12 ministérios.

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