Lusofonia… chinesa

As trocas comerciais entre a China e os países de língua portuguesa recuperaram em Janeiro, aumentando 33,47% em termos anuais homólogos para 8,21 mil milhões de dólares (7,79 mil milhões de euros), indicam dados oficiais.

Dados dos Serviços de Alfândega da China publicados hoje no portal do Fórum Macau indicam que a China comprou aos países de língua portuguesa bens avaliados em 5,26 mil milhões de dólares (4,99 mil milhões de euros) em Janeiro – mais 38,26% – e vendeu produtos no valor de 2,95 mil milhões de dólares (2,80 mil milhões de euros) — mais 25,71% face ao período homólogo do ano passado.

Os dados relativos a Janeiro revelam uma recuperação, depois de 2016 ter marcado o segundo ano consecutivo de declínio do comércio sino-lusófono (-7,72%), após uma diminuição de 25,73% em 2015 naquele que foi o primeiro recuo desde 2009.

O Brasil manteve-se como o principal parceiro económico da China, com o volume das trocas comerciais bilaterais a cifrar-se em 5,59 mil milhões de dólares (5,30 mil milhões de euros), valor que traduz um aumento de 26,69% face a Janeiro do ano passado.

As exportações da China para o Brasil atingiram 2,39 mil milhões de dólares (2,26 mil milhões de euros), reflectindo uma subida de 42,12%, enquanto as importações chinesas totalizaram 3,20 mil milhões de dólares (3,03 mil milhões de euros), mais 17,21% em termos anuais homólogos.

Com Angola, o segundo parceiro chinês no universo da lusofonia, as trocas comerciais deram um ‘pulo’ de 84,09%, atingindo 2,02 mil milhões de dólares (1,9 mil milhões de euros).

Pequim vendeu a Luanda produtos avaliados em 167,2 milhões de dólares (158,7 milhões de euros) – mais 6,67% – e comprou mercadorias avaliadas em 1,85 mil milhões de dólares (1,75 mil milhões de euros) – ou seja, quase o dobro em termos anuais homólogos (+96,94%).

Já com Portugal – terceiro parceiro da China no universo de países de língua portuguesa -, o comércio bilateral foi de 407,1 milhões de dólares (386,5 milhões de euros) – menos 17,69% –, numa balança comercial favorável a Pequim que vendeu a Lisboa bens na ordem de 259,8 milhões de dólares (246,6 milhões de euros) – menos 37,05% – e comprou produtos avaliados em 147,2 milhões de dólares (139,7 milhões de euros), mais 79,2% face a Janeiro do ano passado.

Os dados divulgados incluem – como sempre incluíram – São Tomé e Príncipe, apesar das relações diplomáticas que mantinha com Taiwan e de não participar no Fórum Macau.

A 20 de Dezembro, o Governo são-tomense anunciou o corte com Taiwan e, dias depois a China anunciou o estabelecimento de laços diplomáticos com São Tomé e Príncipe.

Na sequência disso, o Gabinete de Apoio ao Secretariado Permanente do Fórum Macau afirmou ter uma “atitude aberta” quanto à participação de São Tomé e Príncipe no Fórum Macau.

A China estabeleceu a Região Administrativa Especial de Macau como a sua plataforma para o reforço da cooperação económica e comercial com os países de língua portuguesa em 2003, ano em que criou o Fórum Macau, que reúne a nível ministerial de três em três anos.

A quinta conferência decorreu em Macau entre 11 e 12 de Outubro com a presença de cinco primeiros-ministros (da China, Portugal, Cabo Verde, Guiné-Bissau e Moçambique), naquela que foi a representação de mais alto nível de sempre. Angola, Brasil e Timor-Leste fizeram-se representar por ministros.

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