A arte da vida
e a vida na arte

A mais bela forma de expressar pensamentos, sentimentos e emoções que o ser humano encontrou para exteriorizar aquilo que sente, pensa e vive. Desde pintura a encenação, música a dança, fotografia a literatura, procuramos sempre diversas formas de exprimir o que nos rodeia e cada uma delas é única.

Por Ricardo Ramos

Considerada um património da humanidade, ela é parte essencial da vida de todo o ser humano. A impressão digital da cultura de um povo. Desde um poema escrito que retrata um amor proibido, ou as memórias de um soldado no campo de batalha, passando pelas histórias de ficção científica que nos fazem sonhar com poderes sobrenaturais e que nos fascinam desde tenra idade.

Momentos são imortalizados em pinturas que retratam a chegada de colonizadores ao continente africano, o momento em que a senhora Liberdade liderou o exército francês à vitória, a última ceia de Cristo ao lado de seus fiéis discípulos, os retratos de grandes conquistadores, líderes, reis e principalmente rainhas, negras, belas e fascinantes como o espaço, mulheres de tamanha beleza que fizeram impérios renderem-se a seus pés, vaidosas e impiedosas, determinadas e adoradas.

O passado, presente e futuro são retratados de diversas formas em filmes, novelas, séries e peças teatrais, os actores, com toda a sua elegância e graça fazem-nos sentir como se estivéssemos a
presenciar a história, cenários elaborados e preparados meticulosamente nos fazem fantasiar e sonhar sobre como será a nossa vida nos anos vindouros e como viviam os nossos antepassados.

Histórias são contadas, algumas inspiram, enquanto outras emocionam, algumas são fictícias, outras verídicas, mas todas têm algum impacto em nós.

Versos profetizados foram imortalizados em folhas de papel que envelhecem com o tempo, mas que nunca perdem a beleza, mundos foram idealizados, imaginados e relatados em páginas de livros que pintam um quadro de um mundo alternativo, um mundo em que alguns sonham viver um dia, citações foram feitas, muitas transformadas em lemas de vida, outras em formas de protestos para reivindicar direitos ignorados.

Protestos são feitos em forma de melodias e poesias fáceis de memorizar, hinos são criados para honrar e relatar a história de uma nação, canções são compostas para protestar contra a injustiça e opressão dos fracos e desafortunados e sinfonias são utilizadas para contar histórias desde períodos alegres, aos mais tristes.

Mesmo sem saber o que significa, jovens e adultos dançam ao ouvir as palavras “Tu me manques” e mesmo sem saber o que significa crianças cantam em coro “We are the world”.

Figuras são imortalizadas em retratos que superam a barreira do tempo e prevalecem até os dias de hoje, momentos registados numa fracção de segundo que vivem para sempre na memória de gerações inteiras.

Desde a queda de muros que dividiram países e ideologias, ou o momento em que o homem pisou pela primeira vez na Lua, o desespero da menina que caminha nua na rua enquanto o
seu corpo queimava com napalm, ou ainda o sofrimento estampado no rosto de uma criança que não comeu nada durante dias, houve ainda o gesto simbólico de protesto de atletas negros durante as olimpíadas, sem esquecer o homem que enfrentou um tanque de guerra em plena praça pública.

Mesmo sem dizer uma palavra cada uma delas conta uma história, ou ainda, um pedaço da nossa história.

O que seria de Luther King sem um sonho? Ou ainda Mandela sem uma visão? Ghandi sem um ideal? Como seria Adão sem Eva? O que seria da nossa vida sem ti?

Não falas nenhuma língua, mas todos te entendem, consegues atravessar fronteiras sem precisar de vistos, os mais novos admiram-te, os mais velhos analisam e estudam-te, mas ninguém consegue permanecer indiferente a ti.

Consegues enaltecer personalidades singulares, ou grupos inteiros, alguns deram a vida por ti, outros descobriram a vida em ti.

Viva a arte, porque a arte é vida…

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