Supremo dá razão à Maná

Veja o vídeo. A Igreja Maná, de origem portuguesa, anunciou que o Tribunal Supremo de Angola anulou a decisão do Ministério da Justiça angolano, que em 2008 ordenou o seu encerramento, quando já contava cerca de 800.000 fiéis.


O anúncio é feito num vídeo divulgado hoje no sítio oficial da igreja na internet, no qual o auto-intitulado apóstolo Jorge Tadeu, português e presidente das Igrejas Maná, divulga o teor da decisão dos juízes do Tribunal Supremo, com data de notificação de Outubro, referente ao recurso que aquela confissão religiosa interpôs.

Os juízes “declararam que o ato de ter fechado a Igreja Maná é nulo. Portanto, ficamos assim numa posição maravilhosa diante de Deus. Estamos em Angola, então, ao serviço de Deus, de novo”, afirma, na mensagem, Jorge Tadeu.

Esta confissão religiosa viu a sua actividade proibida em Angola em 2008, por alegada violação da lei e da ordem pública, segundo um decreto-lei então publicado em Diário da República, sustentando a decisão com a conclusão de um processo instaurado pelo Ministério da Justiça, em que foram detectadas “violações sistemáticas” da lei angolana e da ordem pública.

Com cerca de 800 mil fiéis e mais de 500 casas e templos em nove províncias em Angola, a Igreja Maná, criada em 1984, em Lisboa, por Jorge Tadeu, viu anulado o seu reconhecimento pelo governo angolano através do decreto-lei 14/92 no DR n.º15, 1.ª série, de 25 de Janeiro de 2008.

A decisão do Ministério da Justiça é agora anulada pelo Tribunal Supremo de Angola, mais de oito anos depois.

“Quem é que está de parabéns? É o povo de Angola, porque tem um Governo e um sistema de Justiça que realmente funcionam. Alguém me acusou a mim, e à Igreja Maná, de certas coisas que eu não quero mencionar, porque isso para mim já está terminado, e os órgãos do Governo devido agiram como entenderam que deviam agir”, explica o ‘apóstolo’ Jorge Tadeu.

Agora, com a anulação da decisão anterior, e a consequente legalização da Igreja – desconhece-se qualquer intenção de recurso do Ministério da Justiça -, aquele líder religioso afirma que “afinal o sistema de Justiça funcionou” em Angola.

“Ou seja, isto diz que se algo correr mal o povo angolano pode ir aos tribunais e a verdade e a Justiça vão prevalecer. E assim Angola demonstra ser um Estado democrático e de Direito, em que predomina o primado da lei”, apontou Jorge Tadeu.

A decisão de encerramento da igreja foi associada, na altura, a alegadas posições críticas à governação do país.

Uma outra polémica em que a Igreja Maná esteve envolvida surgiu em maio de 2007, quando o ‘bispo’ José Luís Gambôa foi suspenso por alegado desvio de fundos doados pela petrolífera Sonangol, com o objectivo de construir uma escola.

“É hora de colaborar com o Governo, como parceiro social, como sempre fizemos”, conclui, na mensagem, Jorge Tadeu.

Só em África, a Igreja Maná afirma estar presente, além de Angola, em países como África do Sul, Cabo Verde, República Democrática do Congo, Maláui, Moçambique, Namíbia, São Tomé e Príncipe, Zâmbia e Zimbabué.

Lusa

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