Haja decência!

Ainda não estávamos recuperados do enorme cansaço de rir às gargalhadas com o discurso da deputada Luísa Damião, no congresso do Partido Comunista Português, quando surgiu um acontecimento ainda mais cómico.

Por Domingos Kambunji

Adeputada do MPLA, elemento do Comité Central do MPLA e da OMA, Tchizé dos Santos apresentou-se nas redes sociais a criticar uma festa fracassada em que a grande atracção era a modelo americana Bernice Burgos.

Se a inveja pagasse imposto a Tchizé talvez estivesse muito mais endividada do que a Sonangol da maninha Isabegalinha. Foi isso que demonstrou a atrapalhação na pressa da Tchizé ao comentar um facto totalmente fútil e banal.

Todos nos recordamos dos grandes feitos da Tchizé, desde lamentar não lhe agradecermos as suas obras de caridade até à vergonha social que foi o oferecer luvas e máscaras aos hospitais, sob orientação espiritual do seu tio Kangamba.

Também nos recordamos, com bastante nojo, quando a Laurinda Gouveia foi espancada brutalmente pela polícia cangaceira do paizinho José Eduardo dos Santos e a Tchizé nem tugiu nem mugiu.

A Laurinda Gouveia foi espancada selvaticamente pela polícia sanguinária de José Eduardo dos Santos. A Tchizé remeteu-se ao silêncio dos cobardes cúmplices e não veio a público denunciar a violação dos direitos humanos, nesta caso concreto a violação da dignidade de uma mulher. Qual é o papel que a Tchizé desempenha na OMA e como deputada? Higiénico?

Os ensinamentos cristãos, em que se baseiam as normas das nossas cultura e civilização, dizem que uma mão não deve saber o que a outra oferece. A Tchizé oferece algumas migalhas que sobram dos gordos rendimentos que recebe da Reipública Cleptocrática de Angola, com o objectivo de, com esse gesto, obter alguma promoção social. A hipocrisia destas atitudes inspira enormes sentimentos de revolta e nojo. Só a falta de ética e de um desequilibrado processamento mental explicam estas atitudes.

Um país com santos tão pecadores, tão milionários e bilionários, tem hospitais sem medicamentos e sem luvas e máscaras de protecção para respeitar as normas mais básicas de higiene e segurança no trabalho? A Tchizé teve necessidade de publicitar a oferta de luvas e máscaras nos órgãos oficiais de propaganda e informação do reigime para com esse gesto conseguir ser famosa. Isso só acontece nos sistemas políticos esclavagistas. Se a Bernice Burgos tivesse conhecimento desta investida matumba e sanzaleira da Tchizé diria: “Give me a break”.

Que vergonha de país é este em que os hospitais não têm este tipo de equipamento mais elementar? É por isso que o MPLA fica muito revoltado quando instituições internacionais credíveis desmascaram o governo de Angola por ocupar os lugares da cauda nos índices de desenvolvimento, desonestidade governativa e prosperidade mundiais.

Imaginem que a Sasha ou a Malia Obama decidissem aparecer nas redes sociais a comentarem uma apresentação pública da Bernice Burgos. Os jornais dos Estados Unidos publicariam, em letras garrafais, na primeira página: SASHA E MALIA OBAMA COPIAM TCHIZÉ DOS SANTOS. É óbvio que as filhas de Michelle e Barack Obama nunca teriam uma reacção desse tipo, porque o seu processamento mental é superior, não se confunde com o universo de futilidades e infantilidades onde flutua o cérebro da Tchizé.

Há quem diga, em jeito de chacota, que José Eduardo dos Santos teve a possibilidade de optar entre ser apoiado por deputados do MPLA, representantes da OMA e membros do Comité Central ou por pessoas inteligentes. A conclusão é que Zédu rejeitou o apoio e a crítica de pessoas inteligentes. Há também quem diga que quem quiser ser deputado e membro do Comité Central do MPLA e pertencer à OMA necessita de apresentar um atestado de falta de ética e de inteligência e elevada capacidade de subserviência.

Qualquer dia ainda veremos a Tchizé como Presidente do Tribunal Supremo ou do Constitucional a exigir respeito pelas instituições da Reipública Teocrática e Cleptocrática de Angola. Nesse dia não saberemos como reagir: rir às gargalhadas ou chorar? Talvez chorar de tanto rir.

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