Grande palhaçada

Nós já tínhamos a certeza de que o sistema judicial angolano é uma palhaçada, por diferentes ocorrências macabras durante julgamentos nos tempos mais recentes. Não sabíamos é que os governos provinciais tivessem decidido tentar conquistar um maior destaque nestas actividades circenses.

Por Domimgos Kambunji

São muitos os acontecimento que provam estes grandes movimentos para conquistarem protagonismo na comédia por parte de governadores (não eleitos) nas províncias da Reipública de Angola.

O paiLama já é muito famoso, no Cunene, como arquitecto de cacimbas. O governador de Malanje é um grande especialista na inauguração de chafarizes. Higino Carneiro, de Luanda, é um “expert” no chico-espertismo mafioso, sanzaleiro matumbo, no beija-mão à Isabegalinha, a gestora electrotécnica, a especialista em ovologia.

Todos nós nos recordamos deste Carneiro quando ele era governador do Cunene. Dizia ele nessa ocasião que tinha fundado a indústria de extracção e transformação de madeiras valiosas. (Provavelmente com os seus vastos conhecimentos adquiridos durante a licenciatura na Universidade Bento Kangamba.)

Inicialmente pensámos que ele tinha implementado uma campanha de plantação no povoamento da província com espécies silvícolas de grande valor económico e que tinha investido na indústria de construção de mobiliário. Essa indústria de exploração e extracção e transformação de madeiras preciosas nada mais era do que o abate de árvores, que cresceram na região durante as décadas anteriores à sua, tão propagandeada, tomada de posse como governador provincial. Se havia fome e miséria na região, fome e miséria continuaram a existir no Cunene, porque esses cidadãos não são Santos nem têm condições de virem a ser nomeados para PCA da Sonangol.

O governador do Cunene, que prometeu construir quarto mil quilómetros de picadas alcatroadas, devido aos seus muito bem elaborados planos estratégicos de desenvolvimento da demagogia, foi premiado e promovido a governador-gestor do lixo de Luanda.

Era nesta cidade que o Carneiro estava quando, ontem, decidiu proibir uma manifestação contra o Nepotismo e a Corrupção no Reigime de Angola. O governo de Luanda foi informado dessa manifestação no mês de Outubro. Só ontem é que o Carneiro chegou à conclusão de que estava planeada uma outra manifestação sob o lema de “o Papel da Mulher Religiosa na Consolidação do Pus em Angola”, para poder sabotar as iniciativas que visam combater o chiqueiro que grassa na Reipública.

Temos que reconhecer que o governador-gestor do lixo de Luanda é muito lento a pensar, planear e decidir. Se a manifestação das “mulheres do pus” já tinha sido solicitada no dia 28 de Setembro, por que motivo o governador-gestor do lixo demorou tanto tempo a raciocinar e decidir e não informou os promotores da manifestação contra o Nepotismo e Corrupção com a devida antecedência, aguardando para a antevéspera do evento para a proibir?

Nós definimos esta atitude como uma Grande Palhaçada Governamental. Agora, o Carneiro só terá que ameaçar-nos com a Isabel Franconi Nicolau e o juiz Januário Domingos, com oito meses de prisão, porque afirmamos, alto e em bom som, que as decisões do Governador da Província de Luanda são uma Grande Palhaçada!

Quanto às decisões do Tribunal Supremo de Angola… Propomos que ele mude de nome e passe a designar-se Tribunal Suprimo do Poder Zécutivo.

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