GOVERNO E RENAMO EM SILÊNCIO

MOÇAMBIQUE. As delegações do Governo moçambicano e da Renamo voltaram a reunir-se em Maputo no âmbito das negociações de paz, mas saíram em silêncio um dia depois de uma ronda polémica, focada na nomeação de governadores provinciais da oposição.

O encontro durou mais de quatro horas, na presença de mediadores internacionais, mas ao contrário do habitual, as delegações do Governo e da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) não emitiram um comunicado conjunto.

“Não vamos falar, a reunião continuará sexta-feira”, limitou-se a dizer Mario Raffaelli, antigo mediador chefe do Acordo Geral de Paz, firmado por Governo e Renamo em Roma em 1992, e um dos nomes indicados pela União Europeia para o novo processo negocial em curso.

A reunião de hoje aconteceu um dia depois de uma ronda marcada pela polémica, no ponto de agenda que diz respeito à revindicação da Renamo em governar nas seis províncias que alega ter ganho nas eleições gerais de 2014.

No início da tarde de quarta-feira, José Manteigas, líder da equipa negocial do maior partido de oposição, falando na qualidade de porta-voz da comissão mista, leu um comunicado conjunto declarando que, “sobre a governação nas seis províncias, as delegações concordam que devem ser encontrados mecanismos legais para a nomeação provisória dos governadores provinciais oriundos do partido Renamo o mais cedo possível”.

Horas após a leitura deste comunicado, a delegação governamental convocou os jornalistas para esclarecer que a comissão mista não tem mandato para um acordo sobre a nomeação de governadores da oposição e que este só poderá ser firmado pelo Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, e pelo líder da Renamo, Afonso Dhlakama.

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