CPLP? Tudo (fica) na mesma

O Presidente da República portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, defendeu hoje que a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) “é permanentemente um espaço de afirmação democrática” e destacou que a organização vai dar “um salto qualitativo importantíssimo”.

OPresidente, que hoje de manhã visitou a sede da CPLP, em Lisboa, respondia a uma questão dos jornalistas sobre a situação da Guiné Equatorial, país que aderiu à CPLP em 2014, mediante as condições de estabelecer uma moratória sobre a pena de morte e de promover a introdução do português.

“A CPLP é um campo de construção de democracia, são países que estão unidos por laços que não são apenas linguísticos, históricos, culturais, são também laços económicos, sociais, de futuro, e em que, do ponto de vista político, o caminho para a democracia e a institucionalização da democracia é um ponto fundamental”, declarou Marcelo Rebelo de Sousa.

“Sem entrar em especificações, todos nós partilhamos e Portugal partilha esta preocupação que é permanentemente a CPLP ser um espaço de afirmação democrática”, disse.

Sobre a sua deslocação ao Palácio do Conde de Penafiel, o Presidente disse querer “homenagear a CPLP”, numa “visita menos do passado, mais do presente e sobretudo do futuro”.

“Aquilo que nos liga não é tanto a nostalgia ou o partilharmos uma língua, uma história e uma cultura, mas é o estarmos virados para uma nova estratégia que irá ser aprovada na cimeira a realizar no Brasil, apontando para prioridade económica, prioridades educativas, de formação, circulação dos cidadãos da CPLP em todo o seu espaço e, nesse sentido, é um salto qualitativo que se dá ao fim de 20 anos de vida”, sustentou Marcelo Rebelo de Sousa.

O Presidente disse ver “com alegria” que a CPLP “tem futuro, vai ter futuro”, referindo que a organização “irá eleger um novo presidente, irá eleger um novo secretário executivo de acordo com o critério da rotação adoptado, mas sobretudo irá adoptar uma nova estratégia e essa estratégia abrange os Estados-membros da CPLP, mas está aberta a Estados observadores associados e tem uma vocação universal e esse é um salto qualitativo importantíssimo”.

Nas declarações aos jornalistas, o Presidente saudou Timor-Leste, que actualmente exerce a presidência da CPLP, “muito importante em termos de globalização”.

Questionado sobre se se empenhará para que a língua portuguesa seja adoptada em organizações internacionais, como as Nações Unidas, Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou que esse é “um objectivo antigo, que não é de Portugal, é da CPLP”.

“Essa é uma luta constante de Portugal partilhada pelos nossos Estados-irmãos da CPLP, muito tem sido feito, tudo continuará a ser feito nesse sentido”, garantiu.

Foto: Mário Cruz/Lusa

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