ANGOLA E BRASIL TRAVAM TURISMO

PORTUGAL. Apesar de tendência de crescimento do turismo internacional em Portugal, os dados de gastos de turistas publicados pelo Banco de Portugal apontam para um ‘afunilamento’ na Europa, com o conjunto dos restantes continentes a registar uma quebra em 11,6%, principalmente pelas crises em Angola e no Brasil, mas também por crescimentos modestos dos restantes, designadamente da Ásia.

Dados do Banco de Portugal recolhidos pelo PressTUR indicam o crescimento dos gastos de turistas estrangeiros em Portugal em 9,4% (mais 565,82 milhões) resultou de um aumento em 15,1% (mais 715,47 milhões de euros) por parte de turistas residentes em outros países europeus, enquanto da parte de turistas residentes noutras regiões houve uma quebra em 11,6% (menos 149,65 milhões).

A ‘parte de leão’ dessa quebra deve-se às quedas de gastos de residentes em Angola, que já atingem 176,27 milhões de euros (-49,4%, para 180,27 milhões), e no Brasil, com menos 20,46 milhões (-8,7%, para 215,61 milhões).

Mas mesmo descontando esses emissores, o que resulta do conjunto dos restantes não europeus é um crescimento modesto em 6,8% (+47,08 milhões, para 743,74 milhões), e especialmente modesto quando se trata da Ásia, que todos os estudos indicam ser a região mais dinâmica, designadamente pela evolução do turismo na China, mas que de acordo com o Banco de Portugal tem um aumento de gastos em Portugal de apenas 5,1% (mais 6,57 milhões de euros), para 134,37 milhões.

A Ásia representa assim apenas 2% das receitas turísticas portuguesas de Janeiro a Julho, -0,1 pontos que há um ano, e este decréscimo apesar de em Julho ter havido uma inversão, com uma subida do seu ‘peso’ em 0,4 pontos, para 2,1%, por aumento dos gastos em Portugal em 38% ou 9,03 milhões de euros, para 32,79 milhões.

Da parte dos turistas residentes no continente americano, os dados globais indicam um aumento de gastos em Portugal em 5,4% ou 35,75 milhões de euros, para 702,19 milhões, que se deve em grande parte ao aumento de gastos de residentes nos Estados Unidos, que sobem 8,5% ou 25,24 milhões, para 323,36 milhões (46,1% dos total de gastos de turistas do continente americano).

A penalizar a evolução deste mercado esteve a quebra de gastos de turistas residentes no Brasil, sem a qual a subida de gastos do continente teria subido para 13,1% (mais 56,21 milhões, para 486,58 milhões).

Para os turistas residentes em África, os dados globais do banco central indicam uma queda de gastos em Portugal em 190,05 milhões (-42,7%, para 255,49 milhões), 92,7% dos quais devem-se à quebra por parte dos residentes em Angola.

Mas mesmo descontando esse impacto, da parte dos restantes emissores do continente africano Portugal há uma queda dos gastos turísticos em Portugal até Julho em 13,78 milhões (-15,5%, para 75,22 milhões).

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