A Paz das pás dos cemitérios

Luanda – Há quem viva em paz com a “paz” que contribui para o aumento no uso das pás que abrem sepulturas nos cemitérios. São esses eunucos mentais que acreditam que o Estado Angolano goza de credibilidade internacional para a resolução de conflitos noutros países.

Por Domingos Kambunji

Todavia, esse mesmo Estado não consegue solucionar as cavalgantes anomalias, em paranóias políticas e manias, que castram o desenvolvimento para uma melhoria da qualidade de vida da esmagadora maioria de cidadãos angolanos.

Se, em décadas, não foram capazes de maximizar o uso das pás para construírem uma verdadeira paz, como é que essa gente é capaz de tentar convencer e fazer-nos acreditar no capataz de uma das mais vergonhosas ditaduras, o que favorece e maximiza o uso das pás na abertura de centenas de milhar de sepulturas?

Escrevemos estas palavras num fim de semana em que se registaram várias manifestações em França, contra os sistemas legislativo e executivo, e em que Isabel dos Santos foi bem sucedida no acordo que estabeleceu na Banca portuguesa.

Os muitos milhares de manifestantes franceses não foram presos, acusados, julgados e condenados por Tentativa de Golpe de Estado e Derrube do Presidente, nem como Associação de Malfeitores.

Quanto ao acordo da Isabel, em Lisboa, numa fase em que Angola regista uma deprimente crise financeira e social, ainda está por auditar a origem duvidosa dessa fortuna, que lhe permite investir, bilionariamente, em países estrangeiros. Do mesmo modo, ainda está por auditar o destino dos muitos biliões de dólares que desapareceram das finanças públicas angolanas e o destino dado aos muitos biliões que já foram desbaratados no Orçamento da Presidência da Reipública de Angola.

Neste mesmo fim-de-semana, a ditadura de Angola voltou a mostrar as suas garras ao reprimir uma manifestação de solidariedade com os presos políticos, de algumas dezenas de angolanos. Os que vivem em paz com a “paz” que fornece as pás para cavar as sepulturas nos cemitérios, para angolanos desprotegidos, negligenciados e discriminados socialmente, devem ter lançado foguetes de alegria, por poderem continuar a viver impunemente na sua paz podre.

Num país civilizado essas contas seriam auditadas e alguém iria ser responsabilizado pelos “abifamentos”, inclusive o Presidente que poderia ser afastado do cargo e ser responsabilizado pelo crime praticado. Num país civilizado alguém seria responsabilizado e condenado pelas epidemias, que desaguam em óbitos, a ocorrerem presentemente em Angola. O filósofo Kangamba diz que a causa dessas ocorrências “é porque Angola está a chover”…

Nós sabemos que o Estado de Angola não é civilizado, nem democrático. Os poderes da oligarquia reinante estão todos concentrados no capataz do Reigime, o Governador Geral, muito propagandeado pelo boca de aluguer Louvalozédu de Carvalho.

Nós sabemos que estamos em Angola, país onde as Tchizés dos Santos e os Kangambas da Reipública sobem à boca de cena, da parasitária comunicação social oficial, porque oferecem, aos hospitais, máscaras e luvas para evitar contaminações, bens que os cidadãos dos países civilizados podem adquirir, num qualquer supermercado, para uso pessoal. Os hospitais dos países civilizados não necessitam dessa falsa caridade e nesses Estados os cidadãos, na grande maioria dos casos, fazem dádivas e voluntariado sob anonimato, sem necessidade de aparecerem nos jornais, nas rádios e nas televisões sanzaleiras.

Angola necessita, urgentemente, de acções profilácticas, para prevenir a propagação das doenças provocadas pelos agentes patológicos Louvalozédus de Carvalho, Isabéis e Tchizés e os Kangambas, entre outros, que gangrenam a saúde física, mental e social dos angolanos. Os angolanos não necessitam de caridade, precisam, isso sim, de implementar uma desparasitação que combata as acções praticadas pelos agentes patogénicos, referidos anteriormente, e promova a justiça social.

O Estado angolano está muito doente. Não acreditamos que os remédios do FMI (Fundo para Maniatar Imbecis) sejam a terapia mais objectiva para combater tão grandes males.

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