“Psicose de golpes de Estado”

O líder da Convergência Ampla de Salvação de Angola – Coligação Eleitoral (CASA-CE) disse hoje, em Luanda, que 2015 está a transformar-se para a maioria dos angolanos num ano de “frustrações” e com “psicose de golpes de Estado”.

A bel Chivukuvuku referia-se, no seu discurso de abertura da reunião do Conselho Executivo Nacional, a aspectos a nível político, económico e social, que marcaram o primeiro semestre do ano em Angola.

O líder da segunda maior força da oposição em Angola afirma que a Constituição e várias leis do país foram constantemente violadas por instituições públicas, pelo Presidente da República, Assembleia Nacional, Governos central, provincial e administrações locais.

A título de exemplo, Abel Chivukuvuku citou a convocação este ano, pelo Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, do Conselho da República, pela primeira vez no actual mandato.

“E após três anos consecutivos de violação da Constituição, finalmente a Assembleia Nacional aceitou e estamos em vias de normalizar a composição da Comissão Nacional Eleitoral”, acrescentou.

Do ponto de vista político nacional, Abel Chivukuvuku frisou que nos últimos tempos tem-se constatado “um endurecimento do regime autoritário prevalecente e regista-se uma regressão quanto à necessidade de implementação dos valores e princípios de uma democracia”.

“Vivemos hoje a psicose de golpes de Estado e de rebeliões. Continuamos a não aprender que já acusamos colegas e compatriotas nossos, no passado”, disse o líder da CASA-CE, descrevendo os recentes casos da seita religiosa “A Luz do Mundo”, acusados de tentativa de rebelião, e a detenção dos 15 jovens activistas, acusados de tentativa de golpe de Estado.

A nível económico, o dirigente político frisou a falência do modelo de economia executado pelo Governo, dependente exclusivo do petróleo, salientando que ficou também provada a incapacidade de implementação da estratégia da diversificação da economia.

“Muitos discursos, muitos papéis, mas pouca prática e pouca concretização”, criticou Chivukuvuku.

No plano social, referiu que o país regista hoje o agravamento da pobreza, com o crescimento dos índices de desigualdades entre as várias camadas de angolanos, a subida do custo de vida, que afecta muito mais os pobres, a retracção da expansão dos serviços públicos, face à diminuição de receitas e a de oferta de empregos.

A nível interno, Abel Chivukuvuku apontou as prioridades e desafios do partido, consubstanciada em reformas estruturais para as eleições de 2017.

“Só podemos avançar em 2017 para eleições sérias, justas e transparentes se tivermos capacidade de mudanças, tanto de legislação, como de política e de comportamentos”, frisou.

De acordo com o líder da CASA-CE, depois de ultrapassado o desafio da dúvida, é preciso agora ganhar-se “a batalha da fé e da certeza”, quanto ao papel central da coligação no futuro de Angola.

Para tal, Abel Chivukuvuku apontou a necessidade da CASA-CE “assumir e conquistar o estatuto de alternativa desejada, porque credível para a governação”.

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