Portugueses enviam menos
e os angolanos enviam mais

As remessas enviadas pelos trabalhadores angolanos em Portugal aumentaram 34,2% em Julho, para 4,8 milhões de euros, ao passo que as verbas enviadas pelos portugueses em Angola caíram 12,2% para 20,6 milhões de euros.

D e acordo com o Boletim Estatístico divulgado hoje pelo Banco de Portugal, os angolanos a trabalhar em Portugal registaram uma forte subida percentual de 33,6% em Julho, tendo enviado 4,87 milhões de euros, ao passo que no mesmo mês de 2014 tinham enviado 3,63 milhões de euros.

Em sentido inverso, isto é, os portugueses a trabalhar em Angola, a variação é menos significativa, e denota uma descida no montante: assim, enquanto em Julho do ano passado as verbas tinham ultrapassado os 23,5 milhões, em Julho deste ano ficaram-se pelos 20,6 milhões de euros.

No total, as remessas dos portugueses a trabalhar no estrangeiro caíram 9,6% em Julho, enquanto os imigrantes em Portugal enviaram mais 0,1% que no período homólogo.

Em Julho, o valor enviado pelos emigrantes portugueses a trabalhar fora do país chegou aos 318,4 milhões de euros, descendo relativamente aos 352,2 enviados no mesmo mês do ano anterior, ao passo que as verbas enviadas pelos estrangeiros a trabalhar em Portugal subiram de 52,2 para 52,3 milhões de euros.

A Suíça, com mais de 99 milhões, e a França, com 88 milhões de euros, são os países de onde os portugueses mais enviam verbas, ao passo que os brasileiros, com 27 milhões de euros, são os imigrantes que mais enviaram remessas para os seus países de origem.

No que a Portugal respeita, esta é uma situação recorrente. De facto, como exemplo, as remessas dos portugueses que estão em Angola caíram 24,5% em Janeiro deste ano face ao mesmo mês do 2014, enquanto o dinheiro enviado pelos angolanos a trabalhar em Portugal subiu 149% para 2,3 milhões de euros.

Nesse mês, os expatriados portugueses em Angola enviaram para o país de origem 15,2 milhões de euros, o que compara com os 20,2 milhões de euros que tinham enviado no primeiro mês do ano passado.

Em sentido inverso, ou seja, contabilizando o dinheiro enviado pelos angolanos a trabalhar em Portugal, existia já uma fortíssima subida: as remessas passaram de 930 mil euros em Janeiro de 2014 para 2,3 milhões de euros em Janeiro deste ano.

Estes dados reportam-se a Janeiro, um mês marcado pelas dificuldades na transferência de divisas e pelos pagamentos em dólares aos fornecedores estrangeiros que vendem os seus bens e serviços para Angola, e num cenário económico marcado pela revisão do Orçamento Geral do Estado e pela forte descida não só do preço do petróleo, mas também das receitas fiscais de Angola.

Os portugueses em França continuavam a ser os mais emissores de verbas para o território nacional, tendo aumentado os valores em 16,1%, que passaram de 68,6 milhões em Janeiro do ano passado para 79,6 milhões de euros em Janeiro deste ano.

Como de costume, os portugueses na Suíça ocupam o segundo lugar desta lista, tendo enviado 63,1 milhões de euros, o que, comparando com os 56,4 milhões enviados em Janeiro do ano passado, mostra uma subida de 11,9%.

Em sentido inverso, ou seja, dos estrangeiros a trabalhar em Portugal, o destaque vai para os trabalhadores brasileiros, que enviaram 20,2 milhões de euros, o que revela uma descida de quase 28% comparativamente 28,1 milhões que tinham remetido para o seu país no primeiro mês do ano passado.

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