Portugal procura alternativas a Angola

Portugal procura alternativas a Angola - Folha 8

O presidente da AICEP (Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal), Miguel Frasquilho, disse hoje que a abertura de seis novos postos da agência em África deve ser aproveitada pelos empresários portugueses em Angola, para onde as exportações deverão ter uma “situação menos positiva” este ano.

“O facto de alargarmos a nossa presença a seis novos mercados africanos onde não estávamos presentes mostra uma diversificação que também visa apoiar mais os empresários portugueses em Angola na eventualidade de passarem por dificuldades que não estavam previstas”, disse Miguel Frasquilho à Lusa, à margem do Encontro Empresarial da Diáspora Portuguesa, que hoje decorre nas instalações da AICEP.

Questionado sobre a degradação do ambiente económico em Angola como resultado da forte quebra do preço do dólar e consequente diminuição das receitas fiscais, que terá já afectado alguns pagamentos às empresas estrangeiras, Miguel Frasquilho disse estar “a par das notícias”, mas salientou que “até agora ainda não chegou nada à AICEP” em termos de queixas ou de informações dos empresários no terreno.

Certo é que “a situação pode vir a deteriorar-se e estamos preparados, em conjunto com o Governo e utilizando todos os canais à nossa disposição, para fazer face à situação menos positiva em 2015”, disse.

No ano passado, salientou, as exportações portuguesas deverão ter atingido “o maior volume de sempre, mas falta ainda a confirmação oficial com os dados do mês de Dezembro”.

Entre Janeiro e Outubro de 2014, as exportações de Portugal para Angola subiram 2,4%, de 2,5 para 2,6 mil milhões de euros, o que, aliado à forte descida (49,4%) das compras de produtos angolanos, na sua esmagadora maioria petróleo, fez o saldo da balança comercial passar de 71,6 milhões para 1.362 mil milhões de euros.

A degradação económica em Angola é, por isso, um bom exemplo da vantagem da diversificação das empresas quando pensam em expandir a sua actividade económica, principalmente para aquelas que já estão em Angola: “os seis países para os quais a AICEP vai expandir a sua actividade (Senegal, Guiné-Bissau, Gana, Nigéria, São Tomé e Príncipe e Guiné Equatorial) têm precisamente também este ponto de interesse, não só porque são países em rápida expansão económica, mas também porque há aqui uma tentativa de diversificação e apoio a empresas que já estão no continente africano e podem daqui retirar benefícios”.

No âmbito do novo plano estratégico da AICEP, esta agência vai “fazer um alargamento de cobertura da rede de 53 para 65 postos, o que significa 12 novos mercados e todos os países da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP)”, concluiu Miguel Frasquilho.

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