Palavra de Rei não volta atrás

Palavra de Rei não volta atrás - Folha 8

O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Rui Machete, garante que as relações com Angola estão a passar por “um momento alto” e que os “mal entendidos” com Luanda foram ultrapassados. E como Lisboa só diz o que Eduardo dos Santos autoriza… deve ser verdade.

A posição foi transmitida pelo governante português no aeroporto 04 de Fevereiro, na capital angolana, ao encerrar a visita a Angola, iniciada na segunda-feira, e que envolveu uma audiência com o Presidente da República.

“Eu penso que esses mal entendidos [nas relações entre os dois países] foram muito exagerados, mas estão definitivamente sanados. Aliás, a amabilidade com o que o senhor Presidente José Eduardo dos Santos me recebeu, e a conversa que tivemos, foi claríssima a esse respeito”, enfatizou aos jornalistas, antes de regressar a Lisboa.

Ora bem! Não é todos os dias que o Presidente da República, Presidente do MPLA e Chefe do Governo recebe um ministro estrangeiro. Assim sendo, a torneira voltou a abrir-se e certamente compensará os gastos com as lavandarias lusas.

Rui Machete voltou a referir que, nas palavras do chefe de Estado angolano, “os aspectos menores” das relações bilaterais estão agora “ultrapassados”. Menores? E os outros? Isso não interessa.

“É um novo ciclo que se inicia, muito positivo acho eu. Vou muito satisfeito com a receptividade que tive e as conversas que houve. E penso que do lado de Angola também houve o mesmo sentimento de satisfação. Portanto, estamos a viver um momento alto”, rematou o ministro.

Durante esta visita a Angola, o governante português reuniu-se ainda com os ministros das Relações Exteriores, Georges Chikoti, da Economia, Abraão Gourgel, e do Ensino Superior, Adão do Nascimento.

Dos dois dias de reuniões resultam também as preocupações assumidas pelos empresários portugueses em Angola, com os tempos necessários à aprovação de projectos ou concessão de vistos a trabalhadores nacionais.

O maior receio prende-se agora com possíveis atrasos nos pagamentos, face às dificuldades orçamentais de Angola com a forte quebra na cotação internacional do barril de petróleo.

Por outro lado, foi anunciado durante esta visita a realização em Luanda, no primeiro quadrimestre deste ano, de um fórum empresarial bilateral e o lançamento em simultâneo de um observatório das empresas dos dois países.

Paralelamente, os dois governos vão estudar a criação de vistos empresariais, tendo também definido que as reuniões entre a comissão bilateral ministerial terão lugar pelo menos uma vez por ano, para “monitorizar os problemas”.

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