Só os nossos são bons

Só os nossos são bons - Folha 8

O aeroporto doméstico do Luau, no Moxico, inaugurado sábado pelo Presidente da República, José Eduardo dos Santos, foi baptizado com o nome do general Rafael Sapilinha Sambalnga.

Por Orlando Castro

A Oficialmente a opção deveu-se ao facto deste antigo combatente (das FAPLA/MPLA) ter dado um forte contribuído, com o espírito patriótico e revolucionário, à luta de libertação nacional de Angola.

Nos últimos anos o general Sapilinha Sambalanga exerceu as funções de Inspector Geral das Forças Armadas Angolanas (FAA).

Natural do município da Cameia (Moxico), o general Sapilinha Sambalanga, exerceu também as funções de comissário (actual governador) provincial do Namibe, da Lunda Sul e Huila.

O general Rafael Sapilinha Sambalanga, faleceu a 7 Agosto de 2012, em Cuba, por doença. No elogio fúnebre, o director Nacional de Segurança Social das FAA, general Luís Neto “Xietu” realçou os feitos do general Sambalanga durante a luta de libertação nacional e na estabilidade do país, considerando-o um combatente destemido, que tão cedo abraçou a política na luta dos interesses dos angolanos.

“O país perdeu um grande combatente”, reconheceu o general “Xietu”, referindo que o malogrado general foi um patriota de que a nação tem motivo de se orgulhar, dirigente com uma visão estratégica muito apurada que, com o espírito de entrega a causa dos angolanos, soube dar o seu contributo, tanto na vertente política como na militar.

O general Sambalanga teve um percurso invejável, disse “Xietu”, acrescentando que ele deixou um legado de valor para os militares, particularmente para as novas gerações.

Como politico, o general Sambalanga exerceu vários cargos, com particular destaque para o de comissário das províncias da Huíla e Lunda Sul e de adido militar junto da representação diplomática de Angola em Cuba.

Ao que parece, em Angola só os que foram, ou são, do MPLA poderão ter aspirações a ver o seu nome associado a grandes, ou mesmo pequenas, obras. Todos os outros, nesta estranha política dita de inclusão imposta pelo regime, nunca serão considerados angolanos dignos dessa distinção.

No dia 12 de Agosto de 2009, o então inspector-geral das Forças Armadas Angolanas, general Rafael Sapilinha Sambalanga, considerou, na comuna do Icolo e Bengo, o MPLA e Agostinho Neto como uma “trincheira firme na defesa do continente africano”, pelo percurso árduo nas lutas de libertação nacional, bem como o contributo para a paz na região.

Poderia o general Sambalanga ficar-se por aqui e tudo estaria bem. Angola é de facto uma “trincheira firme na defesa do continente africano”.

Sambalanga, que falava durante a visita dos Inspectores de Defesa da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) ao Centro Cultural “António Agostinho Neto”, não se conteve, contudo, em querer agradar ao chefe e vai daí enalteceu o espírito de coragem do fundador da nação angolana, nas lutas de libertação nacional que culminou com a independência do país.

Para o inspector-geral, António Agostinho Neto teve a capacidade de prever a liberdade e autonomia do povo angolano nos poemas que escrevia. “António Agostinho Neto não é tido apenas como fundador da nação e do MPLA, mas também como um poeta perspicaz”, sublinhou.

É caso para dizer: Irra! Apre! Chiça! Porque carga de água Agostinho Neto é o único fundador da nação angolana? E então Holden Roberto? E então Jonas Savimbi?

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