Os “intelequetais”

O Reigime Angolano não pára de nos surpreender com as situações ridículas a que se expõe, devido ao sanzaleirismo pacóvio. Os discursos do Presidente são o exemplo disso, com muitas ambiguidades, contradições e sofismas.

Por Domingos Kambunji

D esta vez foi o Rafael Marques quem nos surpreendeu com os dotes intelequetais do Bento Kangamba, o que é general e farta-se de dar bacoradas quando usa a língua oficial, quando desata a filosofdesatinar.

General, ouviram bem? Ge-ne-ral! O intelequetal veio a terreiro aconselhar sobre os perigos da utilização da internet, por esta expor as muitas ambiguidades, contradições e sofismas do seu tio, o Presidente, e do Reigime angolano, em geral.

Isso trouxe-me à memória os estudos que desenvolvemos numa universidade, numa disciplina leccionada por uma intelectual afro-americana, extremamente bem formada e com uma inteligência superior no que se refere aos processos de ensino/aprendizagem. A senhora ensinou-nos técnicas de relações públicas e estratégias para debates sobre diversos temas. Nessas aulas aprendemos a discutir o contraditório e novos paradigmas e normas culturais, sempre muito voláteis, para o desenvolvimento e melhoria do bem-estar social.

O intelequetal general não conseguiria obter aprovação nessa disciplina, ou então pediria ao seu tio para mandar prender a Professora, por tentativa de Golpe de Estado. O intelequetal general entende que a internet só deve ser utilizada para a observação das bajulações ao tio da mulher com quem casou, ou para os estudantes aprenderem umas merdas, respeitando as normas e padrões do Reigime angolano.

Essa nossa professora e a vida ensinaram-nos que, nem sempre, a internet é uma fonte fiável. Na nossa profissão as associações profissionais a que pertencemos oferecem-nos a possibilidade de utilizarmos sites fiáveis e publicações científicas com toda a credibilidade.

Os conselhos do intelequetal general não funcionam para nós porque defendemos teses e teorias dinâmicas, sem dogmas, de acordo com os padrões mais evoluídos da Ciência, para a definição de novos paradigmas, sempre temporários, no evolucionismo construtivo.

Os conselhos do intequetal general não funcionam para nós porque não dependemos do governo angolano de matumbos, que pretende contagiar todos os cidadãos com a sua matumbice.

As teses e teorias sanzaleiras, defendidas pelo intequetal general já começaram a ser implementadas há muitos anos em Repúblicas e ex-países da União Soviética. Aí observámos cidades com microterritórios urbanos muito imponentes, habitadas pelas elites do partido. As franjas territoriais envolventes desses micro-universos, muito mais vastas, apresentam geografias humanas e urbanas muito semelhantes às que se poderemos observar em Luanda e noutras cidades de Angola.

Acompanhámos, como espectadores de televisão, os debates dos candidatos para altos cargos governamentais em Espanha, nos EUA, em França, no Canadá, em Inglaterra… Gostaríamos de assistir a um debate desse tipo em Angola. Sabemos que é impossível porque o Reigime não está disponível para se expor e evita discussões inteligentes.

A prova disso é o modo como funcionam os tribunais, os órgãos oficiais de propaganda e informação, “os empréstimos que a China concede a Angola, considerados Segredo de Estado, não podendo ser do conhecimento dos deputados eleitos(?) pelo povo”…

Em Angola os Ministros não podem ser confrontados na Assembleia Nacional porque são empregados do Presidente e o Presidente, proprietário dos poderes Executivo, Judicial e Legislativo, não tem que dar explicações, a ninguém, dos seus caprichos.

Sabiam que o intelequetal general tem um vasto cadastro criminal? Claro que isso não é novidade, por ser do conhecimento geral, de toda a gente, até do Presidente.

Dizia-nos um amigo, há alguns meses, depois de passar umas férias nos EUA, que os americanos são muito burros porque nem sabem onde fica situada Angola. Nessa ocasião informámos o nosso amigo que deveria ter aconselhado os americanos com quem conviveu a procurarem Angola nos mapas da corrupção, da ambiguidade, da contradição, dos sofismas e dos Reigimes Ditatoriais, onde o intelequetal general ocupa uma posição de elevado destaque.

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