Odebrecht soma e segue

A empresa brasileira Odebrecht vai garantir, por mais de 730 milhões de euros, a construção do sistema de transporte e ligação da electricidade produzida no Aproveitamento Hidroeléctrico de Laúca, que a partir de 2017 será a maior barragem angolana.

A informação consta de um despacho presidencial de 3 de Novembro autorizando o contrato para o projecto executivo, fornecimento, construção e colocação em serviço do sistema de transporte de energia associado à barragem de Laúca, na província do Cuanza Norte.

O documento, assinado pelo Presidente José Eduardo dos Santos, estabelece que a empreitada, referente aos lotes A e B daquela barragem, terá um valor de 797.523.459,69 dólares (733 milhões de euros), a executar pela construtora Norberto Odebrecht Angola e Odebrecht Angola Projectos e Serviços.

O grupo brasileiro Odebrecht também já é responsável pela empreitada de construção da barragem, no rio Kwanza, na qual participam perto de 300 trabalhadores portugueses, mas a obra faz-se em português também com milhares de operários angolanos e brasileiros.

O Aproveitamento Hidroeléctrico de Laúca vai produzir, a partir de 2017, cerca de 2.070 MegaWatts (MW) de electricidade, mais do dobro da capacidade das duas barragens já em funcionamento no mesmo rio, mas ainda insuficiente para as necessidades do país.

Localizada no município de Cambambe, na província do Cuanza Norte, a barragem foi encomendada pelo Estado por 4,3 mil milhões de dólares (3,9 mil milhões de euros) aos brasileiros da Odebrecht, envolvendo financiamento da linha de crédito do Brasil, para vir a servir cinco milhões de pessoas.

Entre os actuais cerca de 7.100 trabalhadores, sobretudo angolanos, há 26 portugueses directamente contratados pela Odebrecht, detentora da obra, e mais 249 ao serviço das empresas subcontratadas de origem portuguesa, casos da Somague Angola, Teixeira Duarte, Epos, Tecnasol e Ibergru.

Além de portugueses, o contingente de trabalhadores expatriados, que não supera 9% do total, integra sobretudo brasileiros, pelo que a maior obra em curso em Angola faz-se essencialmente em língua portuguesa.

A construção está já praticamente a 50% de concretização e só em betão envolverá o equivalente à edificação de 40 estádios de futebol, 2.800 casas ou 465 edifícios de oito pisos, explica a Odebrecht.

A implementação dos seis geradores que vão produzir electricidade implicou a construção de outros tantos túneis subterrâneos numa extensão total de 12 quilómetros, além de um desvio do rio Kwanza.

Esta construção envolverá 30.000 toneladas de aço nas montagens electromecânicas, o equivalente à construção de cinco torres Eiffel, além de 22.000 toneladas de cimento por mês.

Depois de concluída, só o enchimento da albufeira com a água do Kwanza levará quatro meses.

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