Negócios do regime em alta e, é claro, China soma e segue

O Governo pretende reforçar a cooperação com a China no domínio da Defesa, no âmbito da visita oficial que o ministro da tutela, João Lourenço, inicia hoje a Pequim.

A informação foi transmitida pelo Ministério da Defesa angolano, confirmando a visita oficial de seis dias à China daquele governante, a convite do homólogo Fan Changlong e para reforço da cooperação estratégica e intercâmbio nesta área.

A visita prevê conversações oficiais entre as delegações dos dois países, que da parte angolana, além do ministro da Defesa, João Lourenço, integra vários responsáveis governamentais e diplomatas.

Esta deslocação surge cerca de três meses depois da visita de Estado que o Presidente angolano realizou à China, país que assume papel preponderante, há cerca de dez anos, na reconstrução de Angola, após a guerra civil.

Após as conversações entre o Presidente José Eduardo dos Santos e o homólogo chinês, Xi Jinping, foi anunciado que a China vai ajudar financeiramente Angola a “superar as dificuldades” criadas pela queda do preço do petróleo e consequente “diminuição das receitas do Governo”, mas ambas as partes recusaram falar em montantes da ajuda.

A 18 de Setembro foi noticiado que Angola vai comprar a uma empresa chinesa fardamento e outro equipamento militar no valor de 44,6 milhões de dólares, segundo um despacho do Presidente angolano.

De acordo com o documento que autoriza a compra, o negócio envolve a China Xinxing and Export Corporation, que segundo informação da própria empresa conta com 180.000 trabalhadores e mais de 50 subsidiárias da área militar, como fábricas de vestuário, calçado e protecção individual.

A empresa chinesa refere ter negócios com 40 países africanos, para onde vende anualmente mais de 100 milhões de dólares em equipamentos.

No despacho assinado pelo Presidente José Eduardo dos Santos é autorizada a inclusão deste projecto de Fornecimento de Fardamento e Equipamento de Uso Militar para as Forças Armadas Angolanas na Programação Anual de Investimento Público (PIP) e assinatura do contrato com a empresa chinesa pelo ministro da Defesa, João Lourenço.

Os três ramos das Forças Armadas Angolanas são constituídos actualmente por cerca de 100.000 militares.

Angola prevê gastar este ano 847,3 mil milhões de kwanzas (mais de 5,5 mil milhões de euros) na Defesa, Segurança e Ordem Pública, de acordo com o Orçamento Geral do Estado (OGE) revisto em Março, devido à quebra nas receitas petrolíferas, e que representou um corte de 17,2% face ao orçamentado anteriormente.

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