Menos cerveja importada

A importação de cerveja por Angola caiu quase 65% no segundo trimestre do ano, face a 2014, sendo um dos produtos mais afectados pela conjuntura económica do país devido à crise da cotação internacional do petróleo.

E ntre Abril e Junho do ano passado, ainda antes de surgirem os primeiros efeitos da crise petrolífera, Angola importou 65.773 toneladas de cerveja, volume que no mesmo período de 2015 desceu para 23.280 toneladas, segundo informação do Conselho Nacional de Carregadores (CNC).

A importação de bebidas, de acordo com dados do executivo angolano relativos a 2014, cifrava-se em cerca de 400 milhões de dólares, mais de metade proveniente de exportações de empresas portuguesas, nomeadamente cerveja.

O grupo português Unicer anunciou na semana passada o encerramento da sua fábrica de refrigerantes Rical, de Santarém, devido a uma quebra estimada em 30% do mercado cervejeiro angolano, um dos principais destinos externos dos produtos da empresa.

Ainda segundo o mais recente boletim estatístico do CNC – instituto público tutelado pelo Ministério dos Transportes e que coordena as operações de comércio e transporte marítimo internacionais -, também a importação de água caiu fortemente neste período, quase 64%, para 3.330 toneladas. O mesmo aconteceu com os sumos, cuja importação por Angola caiu 62,6%, para 8.013 toneladas.

Além da crise económica, financeira e cambial, a forte quebra nestes três segmentos, em que Angola era um dos mercados de forte aposta das exportações portuguesas, é explicada pelo aumento da capacidade de produção nacional, para ultrapassar as dificuldades de compras ao exterior, pela falta de divisas.

A crise faz-se sentir, embora de forma mais reduzida, nos vinhos, em que a importação angolana diminuiu neste período, para 21.349 toneladas (-17,63%).

O cimento hidráulico continua a ser o produto mais importado por Angola, apesar desse volume ter diminuído 28% no segundo trimestre do ano, com a entrada de 226.541 toneladas.

A importação de farinha de trigo subiu pouco mais de 1%, para 102.453 toneladas, enquanto que as compras de arroz desceram 4% e as das carnes caíram 28%.

No geral, segundo o CNC as importações angolanas registaram uma queda de 25,14%, para 1.897.249 toneladas de produtos diversos.

As importações angolanas – apenas de bens – continuam a ser lideradas a partir da China, apesar de ter vendido menos quase 50%, com 322.200 toneladas, seguida de Portugal, com 290.419 toneladas (- 22,32).

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