Apesar da crise, a salvação de Portugal está em… Angola

Apesar da crise, a salvação de Portugal está em… Angola - Folha 8

O fórum entre empresas de Portugal e de Angola, inicialmente previsto para o primeiro quadrimestre deste ano, vai realizar-se em Luanda em Junho, anunciou hoje o ministro da Economia português.

E m declarações, em Lisboa, à Rádio Nacional de Angola, António Pires de Lima confirmou a realização deste fórum, anunciado em Janeiro passado pelo ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros português, Rui Machete, durante uma visita oficial a Luanda.

“Nós vamos este ano, em Junho, ter em Luanda um fórum empresarial, é algo em que estou a trabalhar também com o senhor ministro da Economia de Angola”, disse Pires de Lima, na declaração emitida hoje pela rádio pública.

O adiamento deste fórum visa aproximar o evento à realização da anual Feira Internacional de Luanda, o maior evento do país.

Na mesma declaração, à margem de uma visita ao SISAB – Salão Internacional de Alimentação e Bebidas, o governante português defendeu os investimentos cruzados entre empresários dos dois países.

“Eu creio que é muito bom que os empresários angolanos apostem em Portugal. Creio também que é muito importante que os empresários portugueses possam continuar a apostar e a investir em Angola”, acrescentou o ministro da Economia português.

Igualmente à margem do SISAB, onde participam 130 empresários de Angola, o primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, recordou que o mercado angolano é o quarto principal destino de exportações de Portugal, e o número um fora da União Europeia.

“E a relação, de resto, com Angola é muito especial, como todos sabem”, afirmou o primeiro-ministro, na declaração à rádio angolana.

Mais de 9.000 empresas de Portugal exportam actualmente para Angola e cerca de 2.000, angolanas, são participadas por capital português, segundo dados da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP).

Em 2013, as trocas comerciais entre os dois países ascenderam a 7.000 milhões de euros. Deste total, 3,1 mil milhões de euros foram relativos à exportação de bens e 1,4 mil milhões de euros de serviços, em ambos os casos de Portugal para Angola.

A 12 de Janeiro, durante a visita a Luanda, na presença do homólogo angolano, Georges Chikoti, o ministro Rui Machete anunciou a realização deste fórum empresarial até Abril.

“Será um fórum de empresas portuguesas que vêm a Luanda discutir os problemas dos investimentos, das exportações, das importações, com empresas angolanas. Será este ano ainda, no primeiro quadrimestre”, explicou, na ocasião, Rui Machete.

Em simultâneo, igualmente até Abril, deveria ser assinada a constituição de um observatório empresarial das empresas portuguesas e angolanas.

“Basicamente é monitorizar aquilo que são os investimentos e o comportamento das empresas, angolanas e portuguesas, para as ajudar a desenvolver melhor os seus negócios e prevenir alguns erros que eventualmente ocorrem”, disse ainda Rui Machete.

Estas medidas, segundo explicou o governante português, visam “continuar a impulsionar as relações” entre Portugal e Angola, que começam a “adquirir um grau de complexidade”.

Também hoje, António Pires de Lima disse hoje que o seu Governo está “a acompanhar de perto” a situação das empresas portuguesas em Angola para minimizar o efeito da restrição às exportações para este país.
Pires de Lima sublinhou que os números das exportações “são muito positivos” independentemente das dificuldades das empresas portuguesas em Angola e que o Governo “está a acompanhar de perto, para minimizar o impacto que se vive neste momento num país que ainda têm uma economia muito dependente do petróleo”.

O ministro salientou que as vendas ao estrangeiro bateram recordes em 2014 e que as empresas nacionais exportaram no ano passado quase mais 40% do que se exportava em 2009.

“Em 2015, apesar de algumas situações mais complexas que precisam de ser acompanhadas pelo Governo, como Angola, estou convicto de que a economia portuguesa vai crescer mais ainda”, reforçou, notando que a evolução do euro também ajuda esta dinâmica de exportações.

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