Rebeldes da RDC na linha de fogo

Rebeldes da RDC na linha de fogo - Folha 8

Uma acção militar contra as forças rebeldes FDRL na República Democrática do Congo (RDC) poderá avançar em Janeiro, caso as recomendações de desarmamento e rendição não sejam cumpridas, anunciaram os governantes de dois blocos regionais africanos.

Adecisão consta do comunicado final da terceira reunião conjunta de ministros das Relações Exteriores e da Defesa da Conferência Internacional dos Grandes Lagos (CIRGL) e Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), realizada em Luanda.

A reunião envolveu consultas separadas, para análise do relatório produzido pelos chefes de Estado Maior General das Forças Armadas das duas organizações regionais, tendo os governantes concluído que não houve progressos na desmobilização e desarmamento das Forças Democráticas de Libertação do Ruanda (FDLR), que atuam na RDC.

A 02 de Julho passado, em Luanda, os chefes de Estado e de Governo da CIRGL recomendaram um prazo de seis meses para o processo voluntário de rendição e desarmamento das FDRL, reiterado na II mini cimeira, realizada a 14 de Agosto em Luanda, e na 34ª cimeira da SADC, na mesma altura, em Vitoria Falls, Zimbabué.

As FDLR são constituídas por rebeldes hutus ruandeses que se refugiaram na RDC depois do genocídio dos tutsis no Ruanda em 1994. Reuniam, segundo números de 2013, entre 1.500 e 2.000 homens, alguns dos quais autores do genocídio, e pretendiam derrubar o regime de Kigali (Ruanda).

O comunicado final reunião sublinha que, a 02 de Janeiro de 2015, poderá ter lugar uma acção militar, em caso de incumprimento da recomendação.

O documento adianta que a missão de verificação constatou a realização de esforços desenvolvidos pela MONUSCO, missão de paz das Nações Unidas na RDC, para a criação de condições nos centros de recepção e campos de trânsito de elementos da FDRL que desejem desarmar-se.

Os recentes ataques contra civis, por “forças negativas” no leste da RDC, foram “fortemente condenados” pelos governantes das duas organizações, que expressaram a sua preocupação com a situação humanitária e de segurança naquela região.

Um secretariado conjunto da SADC e CIRGL deverá monitorizar os progressos do desarmamento voluntário e rendição das FDRL, em colaboração com o Governo da RDC e a MONUSCO, bem como as presidências dos dois blocos regionais, garantindo o cumprimento dos prazos recomendados.

Angola preside a CIRGL desde Janeiro deste ano e desde essa altura vem realizando vários esforços para o alcance da estabilidade política na RDC.

Assistiram à reunião também representantes da União Africana e das Nações Unidas para a área dos Grandes Lagos.

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