Não há duas sem três

Se é o MPLA que o diz… - Folha 8

O Jornal de Angola, o Pravda cá da banda, órgão oficial do MPLA, correia de transmissão do regime, atacou ontem e hoje todos aqueles, nomeadamente portugueses, que não se curvam perante o sumo pontífice do regime, o “escolhido de Deus”, José Eduardo dos Santos.

Por Orlando Castro

C omo não há duas sem três, provavelmente amanhã, quinta-feira, o pasquim vai ameaçar divulgar o que chamou, noutras alturas, “as listas dos nomes dos quadrilheiros portugueses capturadas no bunker de Jonas Savimbi no Andulo”. Ou vai publicar um qualquer elogio ao Camarada Presidente. De Kim Jong-un a Barack Obama não faltará quem se preste a esse papel.

Então, camarada sipaio, director do JA, José Ribeiro, esta é a melhor altura para divulgar essa lista. Já chega de silêncios. Por isso, com a coragem típica dos néscios, é altura de pôr tudo em pratos limpos.

Todos continuamos à espera das listas de quadrilheiros portugueses e, já agora, também da imensa listagem dos oficiais das FAPLA e depois das FAA que trabalhavam para Savimbi, assim como dos políticos do MPLA, alguns com altos cargos no Governo e que também eram assalariados do líder da UNITA, e ainda dos jornalistas (portugueses e angolanos), hoje rendidos aos encantos do MPLA, e que também eram amamentados por Savimbi.

“Basta de abusos e insultos”, advertia em Maio de 2008 o Pravda de Luanda na última linha de um Editorial, sem avançar quaisquer pormenores sobre as “listas de quadrilheiros portugueses”, inferindo-se que se trata de aliados do ex-líder da UNITA, principal partido da oposição angolana, morto em combate em Fevereiro de 2002.

De baterias apontadas ao jornal Público e ao programa “Eixo do Mal”, da SIC Notícias, o pasquim afirmava que os “idiotas úteis” que integram o programa e o diário português estão ao serviço de “quadrilhas” que se serviram de “diamantes de sangue” em Angola.

Continuando os “diamantes de sangue” angolano a circular pelos areópagos da alta finança mundial, embora com outro nome, assim como o “petróleo de sangue”, seria bom que se soubesse (santa ingenuidade a nossa!) a que “quadrilhas” servem agora.

Por tudo isto, força camaradas do MPLA/regime. Se os tiverem no sítio (não têm, nunca tiveram e nunca terão, como é bom de ver) não devem esperar. Mandem cá para fora tudo o que têm. Tudo. Tudo. Tudo significa tudo. Percebem?

Sob a batuta do MPLA, estes escribas escolarizados há bem pouco tempo servem-se do Jornal de Angola para publicarem o que nem eles sabem o quer dizer e, quem sabe, para esconderem “as listas dos nomes dos quadrilheiros capturadas no bunker de Jonas Savimbi no Andulo” onde se calhar figuram alguns deles.

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