EUA temem Ébola na Guiné-Bissau

Ébola na Guiné-Bissau

Os Estados Unidos da América estão “preocupados” com o risco de entrada do vírus Ébola na Guiné-Bissau, disse hoje um especialista em epidemiologia.

Alexandre Macedo, brasileiro de nascença, mas com nacionalidade norte-americana, está em Bissau a convite da Organização Mundial da Saúde (OMS), na qualidade de quadro do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) dos EUA e tem como missão analisar com as autoridades sanitárias guineenses as medidas de prevenção de infecções pelo Ébola.

Alexandre Macedo tem mantido uma série de reuniões com as autoridades sanitárias em Bissau e hoje explicou aos jornalistas que os EUA consideram a Guiné-Bissau um país de risco.

“É um dos países que faz fronteira com os que já estão afectados”, justificou Alexandre Macedo.

Segundo referiu, a deslocação a Bissau também “faz parte de uma estratégia” do Governo norte-americano para combate ao vírus Ébola, que afecta vários países da Africa Ocidental.

Ainda que não tenha sido registado nenhum caso na Guiné-Bissau, para o Governo norte-americano trata-se de “um país de risco peculiar” por causa da sua condição geográfica, enfatizou Alexandre Macedo, que está a analisar e a rever os planos de prevenção da doença elaborados pelas autoridades de saúde.

Para já, como recomendação, o especialista norte-americano sublinhou ser necessário ter em conta algumas medidas básicas: ter a capacidade de detectar qualquer caso suspeito, ter condições de realizar os exames laboratoriais para confirmar ou não as suspeitas e conter o vírus através do isolamento do paciente.

Devido à inexistência de laboratórios especializados, Alexandre Macedo diz ser normal que as amostras sejam enviadas para países vizinhos. As autoridades guineenses têm um plano de prevenção, mas alegam falta de meios para a sua execução.

Confrontado com a situação, o especialista norte-americano afirmou que todo o apoio do CDC neste momento se resume aos aspectos técnicos, embora tenha conhecimento de falta de meios.

“São questões que nós vamos discutir com outros parceiros que já estão no país. Vamos ver a melhor forma possível de combater esse problema. É uma preocupação que vamos avaliar também”, concluiu Alexandre Macedo.

Segundo a OMS, o Ébola já provocou mais de 4.500 mortos desde o início do ano, sendo os países mais afectados a Libéria, a Serra Leoa e a Guiné-Conacri.

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